A aprovação pelos vereadores de Nova Veneza, em sessão itinerante ontem à noite no Caravaggio, da indicação da criação do feriado de 26 de maio em louvor à Nossa Senhora do Caravaggio, poderá antecipar um pesado ônus político para o prefeito Evandro Gava (PP).
Acontece que, se der aval ao novo feriado, algo impositivo pela importância da data e para o contexto do turismo religioso, Gava comprará uma briga com segmentos que defendem o mesmo feriado para o padroeiro São Marcos, que já teve tal honraria no passado de Nova Veneza, ou então para São João Batista. É fruto da divisão de um município de 14 mil habitantes em três paróquias e dois distritos, algo pouco comum e que acirra os ânimos, com naturais reflexos políticos.
Se Evandro Gava vetar a indicação, sob o argumento de que o tema precisa ser melhor discutido, como alguns interlocutores e conhecedores paroquiais tem defendido, vai trazer para si o potencializar das dificuldades que vem enfrentando no Caravaggio desde o descolamento do seu vice, Zé Spilere (PSD), que representa o distrito. Ou seja, o feriado santo coloca o prefeito na velha faca de dois gumes do "se ficar o bicho pega, se correr o bicho come".
A presença do bispo Dom Jacinto Flach na sessão no Caravaggio deu o tom da dimensão que a Igreja Católica dá ao debate. O bispo sensibilizou os vereadores, e foi uma boa tacada dos que defendem o feriado para Nossa Senhora do Caravaggio.
"Eu acredito que não há problema, mas é necessário consultar e tomar uma decisão com calma. Não pode ser a toque de caixa. Vamos debater com empresários também, há a questão econômica de mais um feriado, há a questão religiosa, afinal somos um país laico", afirmou o prefeito Evandro Gava, em entrevista à Rádio Eldorado direto de Brasília, onde visita gabinetes e ministérios ao longo do dia.
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