terça-feira, 28 de abril de 2015

Entidades se unem por campanha contra a violência

O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), César Smielevski, está encabeçando a organização de um movimento que visa "sacudir a cidade e chamar a atenção das autoridades definitivamente", como pontua o próprio. Smielevski começou a entabular o movimento na manhã desta terça-feira, sob a comoção que a cidade vive a partir do latrocínio que tirou a vida da médica Mirella Maccarini Peruchi, 35 anos, na noite passada.

"Estamos juntando entidades, todos com quem conversamos concordam que é hora de fazer algo, de dar um basta. O modelo da campanha e uma reunião em breve nós estamos ainda arquitetando", explica Smielevski. Ele já levou a ideia para a reunião convocada pelo prefeito Márcio Búrigo, e que acontece nesta tarde no Paço Municipal, com muitas das entidades já contactadas pela Acic para o movimento conjunto.

"Na primeira quinzena de dezembro fizemos um grande encontro na Acic, mas não surtiu efeito. Foram mais de cem autoridades, porém com resultado zero", recorda o presidente César. Ele já fez contato, e conseguiu aval, com CDL, Rotary, Lions Clube, Somar Sul e instituições de ensino superior como Unesc, Satc e Esucri. Fez contato, também, com algumas lideranças políticas da região. "Estamos ainda em fase de convites, mas queremos uma grande frente contra a insegurança e exigindo investimentos na cidade", arremata. Detalhes nesta quarta, às 7 horas, no Manhã Eldorado.

Jaguaruna com 100% de lotação no segundo dia

Depois da agitação do primeiro dia, em que o aeroporto Humberto Bortoluzzi foi palco para aguçados protestos de professores, em greve, e de trabalhadores de outros segmentos, lutando contra a terceirização, a terça-feira foi a estreia da normalidade em Jaguaruna.

A TAM informa que chegaram, pouco depois das 14 horas, 144 passageiros de Congonhas. Ou seja, lotação máxima. O mesmo aconteceu na ida, em seguida das 15 horas. Foram 144 passageiros para São Paulo. Os 100% de lotação, e a tranquilidade nas operações, foram comemoradas pelas equipes de segurança e de logística da TAM e RDL Aeroportos.

E assim deverá ser pelas próximas semanas. São quase 5 mil bilhetes já vendidos, há reservas no sistema da TAM feitas até outubro. Nos quinze dias futuros, difícil será conseguir um lugar no voo, e quem conseguir pagará mais caro. Em alguns casos, bem mais caro.

Mas tudo parece estar aprovado tecnicamente em Jaguaruna, que já se prepara para o segundo voo, também pela TAM, em no máximo três meses, com possível destino para Cumbica, em Guarulhos. Há um senão, nada considerado complexo: a repórter Karol Carvalho levantou a informação, e a detalha no Balanço Geral desta terça-feira, que por estar liberado somente para operações visuais, o aeroporto de Jaguaruna depende do sistema de rádio de Forquilhinha para autorizar partidas e chegadas. Não é nada fora do habitual, mas um item que confirma a importância do Diomício Freitas, que embora coadjuvante nesse momento, ainda segue bastante movimentado e procurado pelos passageiros. Em suma, ainda não há impacto negativo sobre Forquilhinha por conta das operações positivas em Jaguaruna, que em dois dias já movimentou 530 passageiros. Sinal, e o tempo provará isso, de que há mercado para os dois operarem.

Colaboração: Karol Carvalho / Rádio Eldorado

sábado, 25 de abril de 2015

Olho Vivo nasce em um sábado de outono!

O projeto era antigo. Está longe de ser revolucionário. Mas é uma contribuição. Afinal, jornalismo precisa contribuir. Seja na crítica, que constrói. Seja na análise, que propõe. Seja no elogio, que perpetua. De câmera na mão - nada pretensioso, é do celular mesmo -, vamos por aí, gerar um vídeo por dia. De qualquer coisa. Do certo, do errado, do surreal, do material, do poético, do coração, da vida.

O projeto não é auto expositivo. Não planejo aparecer, mas sim falar. São meus olhos que digitalizam, gravam, minha voz que narra, abre e fecha em improviso pleno, total e, o melhor de tudo, presente.

A presença é a premissa. Estar lá. Afinal, jornalista que lá está, lá sente, lá entrega sua epiderme, seu sentimento, seu olhar, aos nossos consumidores de notícias.

O "Olho Vivo", este o nome do projeto, nasceu de tantas reminiscências, tantos pensamentos, e um objetivo: ser mais participativo, mais presente, mais aliado de vocês todos e todas. Independente se pensamos diferente, se colorimos com cores distintas, se você não gosta de mim, será tão convidado quanto quem gosta, curte e compartilha.

Foi numa tarde de outono com sol e vento que o "Olho Vivo" nasceu, no Balneário Rincão. Ali por 17 horas de 25 de abril de 2015. Ele será, mesmo recém nascido, um quadro do nosso "Manhã Eldorado", na Rádio Eldorado, e dominará nossa fan page, e povoará este blog. 

As fotos da postagem ilustram os primeiros "Olhos Vivos": constatações de uma beira mar fora da alta estação (foto 1), e o asfalto que vai chegando em uma das principais ruas do Balneário Rincão (foto 2). Primeiro vídeo do "Olho Vivo" neste domingo, no Facebook, e primeira inserção na Eldorado na segunda, cedinho. Então... vem comigo!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

O prefeito no atoleiro em Siderópolis

Que a cena política em Siderópolis promete para 2016, não é segredo. A eleição será das mais quentes e acirradas. O prefeito Hélio Cesa, o Alemão, óbvio candidato à reeleição, sofreu os altos e baixos naturais de um mandato difícil, complicado, com momentos de tensão e incerteza. Agora, parece navegar em águas mais seguras, consolidando um secretariado depois da recente reforma e tentando tocar algumas obras.

Mas enfrenta forte e diversificada oposição, que não está centrada no PP somente. Há quem aposte em até quatro candidaturas, o que seria fora de série para uma cidade cujo eleitorado é historicamente dividido entre duas forças. Depois da saída do ex-prefeito Douglas Guinga Warmling, o PP tem como aposta a ex-primeira dama, Aretusa Larroyd, a ex de Guinga. Ela tem circulado por eventos e encontros como potencial candidata, e progressistas já a citam como o nome certo para concorrer.

Guinga está no PSD. Prepara retorno pleno à cidade, e também convencido a concorrer. Saiu do PP inclinado a ser candidato a deputado federal em 2014. Confiava no movimento municipalista como base forte para uma boa votação. Porém, as diretrizes superiores pessedistas, inclusive com benção direta do governador Raimundo Colombo, requereu recuo estratégico, para apoio pleno agora. Se Guinga é candidato de Colombo, Alemão é, por obviedade, o nome do vice Eduardo Moreira. Cabe lembrar que o PSD de Guinga tem, hoje, o vice-prefeito Lilo Remor. A repetição da chapa com Alemão está virtualmente descartada.

Há, ainda, o grupo do empresário Henrique Salvaro, fiel da balança em Siderópolis. Ele prepara mais um dos seus sobrinhos para entrar na política. Trata-se do jovem Frank Salvaro, que seria potencial candidato a vereador, e com boas chances de vitória com alta votação. Ocorre que o nome de Frank tem sido posto para uma possível majoritária. Ele foi filiado ao PDT, antes de ir morar em Londres faz alguns anos. Agora, de volta à cidade e bem relacionado, Frank, chamado de "Salvarinho", poderia ser o nome do PSB, e de Salvaro, para vice do prefeito Alemão. Mas não será estranho, nem de se duvidar, se ele for a prefeito mesmo, visando consolidar o partido e o projeto regional do seu primo, deputado Cleiton Salvaro, em primeiro mandato na Assembleia Legislativa.

Mas e o atoleiro?

Estas breves linhas começaram relacionando o prefeito Alemão a um atoleiro. E foi mesmo. Na prática. Hélio Cesa compartilhou em sua página no Facebook, no fim da tarde desta sexta-feira, que apavorou-se com o que viu na antiquíssima estrada Siderópolis/Urussanga, a mais antiga ligação entre os dois municípios.

De chão batido, e com muita lama, a velha estrada foi cenário de atoleiros para automóveis ao longo do dia. Cena corriqueira. Em um deles, flagrado por Alemão, o prefeito sacou o telefone, ligou para o colega Johnny Felipe, de Urussanga, e para o superintendente regional do Deinfra, Lourival Pizzolo, solicitando providências. O atoleiro continua.

Vem aí o segundo voo da TAM em Jaguaruna

O sucesso de vendas de passagens do voo Jaguaruna/Congonhas, que estreia na próxima segunda-feira, abriu os olhos da TAM. A empresa aérea já negocia com a RDL Aeroportos, gestora do aeroporto Humberto Bortoluzzi, a implantação de um segundo voo diário, mesmo antes da primeira partida do voo original.

"A conversa está bem adiantada, esperamos em no máximo três meses lançar esse novo voo", admitiu a pouco, no Balanço Geral da Rádio Eldorado, o diretor de segurança da RDL Aeroportos, Walmir dos Santos Silva Júnior, que administra o Humberto Bortoluzzi. A intenção é que o novo voo chegue em Jaguaruna à noite, e saia pela manhã, com destino ao aeroporto de Guarulhos. 

"Jaguaruna/Congonhas será de segunda a sexta. Jaguaruna/Guarulhos, pelo nosso projeto, será de segunda a segunda", detalha Walmir. O aeroporto tem autorização para operações noturnas, faltando apenas a homologação de alguns instrumentos.

Quanto ao voo para Congonhas, euforia em Jaguaruna. Nos primeiros quinze dias de vendas, a TAM comercializou 2,8 mil bilhetes. "Lotamos trinta voos, há pouquíssimos lugares em um ou outro", comemora Walmir, indicando que só há passagens disponíveis para meados de maio. Na falta de táxis para levar e trazer passageiros, a RDL fechou parcerias com duas empresas, que vão operar linhas de ônibus executivos para Criciúma e Tubarão.

Cizeski preso e o povo de mãos abanando...

Faz uns quatro anos que um animado vendedor me procurou. Tinha um negócio de ocasião, uma barbada envolvendo um imóvel na planta. Fui saber da construtora. Criciúma Construções. Bastou uma rápida consulta e, logicamente, convenceram-me a não fechar negócio. Seria uma furada. Um risco tremendo.

Já fazia quatro anos que a cidade e a região respiravam suspeitas sobre a solidez das transações e empreendimentos da Criciúma Construções. Fora que os loteamentos, quando a questão eram terrenos, já despertavam de imediato suspeitas pela dificuldade em se obter a plenitude de documentações que tais lançamentos requerem.

Mesmo assim, milhares de pessoas chegaram a comprometer suas economias para nutrir o sonho de, poucos anos depois, receber um imóvel novo, ou um terreno bem loteado, garantindo seu futuro e um patrimônio. O pior crime de todos foi lesar o sonho de gente humilde, que tinha naquilo a única perspectiva real e concreta de assegurar algo para si e familiares.

A justiça vinha deixando desesperançosos os milhares de clientes que estão às escuras. Eis que uma operação surpresa, nesta quinta-feira, colocou o dono da empresa e dois operadores próximos na cadeia. E eles estão lá, há quase 24 horas, em um pavilhão, misturados a presos comuns, sem cela especial nem regalias. O ar de insegurança dos quatro anos passados, se ganha um breve sopro de esperança misturado a alívio agora, pode se tornar no desespero completo dos credores. É que se a Criciúma Construções for empurrada à falência, o que se torna uma hipótese bastante viável agora, estará acabada a luta pela retomada das obras.

"A pergunta que fazemos é: onde foi parar o dinheiro aplicado pelos credores?". A indagação, reiterada na manhã desta sexta-feira na Rádio Eldorado pelo advogado Marcos Rinaldo Fernandes, é carregada da certeza que, se a falência for à solução, Rogério Cizeski será o ex-dono de uma massa falida, com milhares de lesados, e com o risco iminente de, daqui a pouco, ele estar solto, usufruindo dos recursos pessoais que muito bem pode e deve ter - afinal, pessoa jurídica vai à falência, mas a pessoa física dele não -. Ou seja, terá sido preso um dia, mas gozará no futuro da sua independência financeira, enquanto os pobres que rasparam suas economias para investir no futuro, amargarão a conta. Injustiça de uma roda viva de risco que é o mercado da especulação imobiliária. Não será o primeiro, nem o último caso do gênero.

Luz no fim do túnel na Carbonífera Criciúma - Parte II

Volto à tona com a "luz no fim do túnel" que não aparece para a Carbonífera Criciúma com a foto da manhã desta sexta-feira que ilustra bem o caos. A repórter Karol Carvalho, da Rádio Eldorado, foi até Forquilhinha e conversou com esta turma da foto. São trabalhadores, pais de família, que se arriscam dia e noite, que encaram a periculosidade das suas atividades, e hoje estão até com dificuldades para colocar comida na mesa dos seus familiares.

"Até comida está começando a faltar", me confidenciou um deles, bastante chateado, já que parece gostar do que faz. A crise na Carbonífera Criciúma é impiedosa com esta gente trabalhadora. Até o cartão de convênio que eles utilizam para amenizar as carências do lar virou objeto de pendura e embate. É que o repasse mensal que a empresa deve fazer à administradora do cartão não está sendo feito, e os benefícios foram suspensos.

O futuro da Carbonífera Criciúma não está nas mãos desses senhores. Eles querem trabalhar. Apenas isso. Querem baixar a mina, ou administrar os escritórios, mas para isso precisam de salários. E pensar que uma eventual, e bem possível, hecatombe plena da empresa privará esses senhores dos seus empregos, e poderá tornar ainda mais aguda a fome que já ronda seus lares. O problema transcende o econômico, é social mesmo.

Foto: Karol Carvalho / Rádio Eldorado

Sem luz no fim do túnel na Carbonífera Criciúma

O que vinha ruim, piorou. A crise da Carbonífera Criciúma ganha contornos mais dramáticos. Há quem aposte que ela não sobrevive mais que 15 dias. Sem jazidas para explorar, sem crédito e com pesadas dívidas, o colapso financeiro parece que infelizmente chegou. Algo muito ruim, afinal são postos de trabalho que vão fechar, e muito em breve.

A sexta-feira começou com os funcionários parados na unidade de Forquilhinha. Ninguém "baixa a mina", ninguém das funções de solo adentra o escritório, atividades totalmente paradas. A razão principal, o atraso de salário, que deveria ter sido pago no dia 20. O atraso nem é tão substancial, de quatro dias, mas é um acúmulo do cansaço, da fadiga e do temor dos trabalhadores.

E, de mais a mais, correm nos bastidores cálculos apontando que as dívidas da Carbonífera Criciúma, com fornecedores e tudo mais, chegam a R$ 130 milhões. O número não é oficial, muito menos confirmado pela empresa, mas justifica esse cenário de terra arrasada que não se resume a quatro dias de salários atrasados, mas sim se relaciona a uma bola de neve enorme, gigantesca, que só cresce.

Estado lava as mãos. Márcio não assina contrato

Mais do que uma discussão técnica, a recontratualização com o Hospital São José virou um jogo de palavras. Uma verdadeira covardia com o cidadão, o maior prejudicado de todo este empurra-empurra entre Estado e Prefeitura.

Em sua nada consistente vinda a Criciúma nesta quinta-feira, o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing (PSD), veio anunciar obviedades e receber abraços efusivos por ter simplesmente seguido uma determinação legal. Foi constrangedor. Um palanque político fora de hora, e por uma causa que não merece qualquer rapapé político. O impasse é técnico, e de prioridade absoluta. Não há tempo para proselitismo político.

Pois houve, e muito. Discurso demais para ação de menos. Repetidos e calorosos abraços fortes distribuídos por o secretário ter pago R$ 7,8 milhões ao Hospital São José. Cumprimento de decisão judicial, nada além disso. Obrigação de gestor. Não há mérito algum de exceção nisso.

A falta de compromissos com o "algo mais" que fará o São José funcionar a pleno gera uma situação incerta demais para um tema tão prioritário. O prefeito Márcio Búrigo (PP) reafirma que não assina o contrato como está. "Não posso fazer o que o ex-prefeito fez com o contrato com a Casan, assinando algo que só gerou prejuízo para Criciúma. Não vou abrir um rombo como ele abriu", disse Márcio na Eldorado, nesta sexta-feira, não perdendo a chance de cutucar Clésio Salvaro (PSDB).

Enquanto isso, quem quis ouviu o secretário de Saúde de Içara, Lauro Nogueira, dar o melhor diagnóstico entre os discursos e as poucas ações desta quinta. "Enquanto isso, ligamos para pacientes para marcar cirurgias atrasadas e somos avisados que o paciente já morreu". Triste realidade. Realidade que discursos bem intencionados não resolvem. Ou bate-se na mesa em busca de soluções efetivas, ou empurramos com a barriga o que não pode ser empurrado.

p.s.: Ah, e a distribuição das cirurgias eletivas? Não precisava vir até Criciúma para anunciar o que ele anunciou. Muito barulho para pouca ação.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Provável assassino de Vivian é transferido

O elemento preso na última sexta-feira em Criciúma como provável estuprador e assassino de Vivian Laís Phillippi, crime que chocou Içara e Santa Catarina no último dia 4 de março, foi transferido. Ele estava no presídio Santa Augusta, e precisou ser retirado de lá por questão de segurança.

O gerente do Santa Augusta, Jovino Zanelatto, informou à repórter Talise Freitas, da Rádio Eldorado, que o elemento, de 18 anos, foi enviado para outra unidade prisional, sem especificar qual é. Na foto, os pais de Vivian, que sábado receberam a imprensa para saudar o trabalho da Polícia Civil na captura da criatura que praticou tal monstruosidade.

Uma reflexão a respeito, que fizemos a pouco no Balanço Geral: a lei interna, dos presídios, é muitas vezes mais rigorosa, por vezes extrema, em relação à nossa benevolência, via Judiciário, com os bandidos. É muito provável que, ao tomarem conhecimento da gravidade do que fez o tal de M., os demais presos tenham o ameaçado, o "condenado" internamente de forma bastante pesada. Pela segurança do acusado, foi necessária a transferência. Está evidente isso. Novamente, concluímos que em termos de aplicação de leis, às vezes os bandidos estão à frente dos providos de liberdade. Embora, naturalmente, eles não sejam autoridades em leis...

Juiz interdita Santa Augusta e penitenciária

O juiz Rubens Salfer cumpriu a promessa feita há algumas semanas e anunciou, na manhã desta segunda-feira, a interdição do presídio Santa Augusta e da Penitenciária Sul. As duas unidades prisionais sofrem com o velho problema da superlotação.

Quando tratou do tema conosco, na Rádio Eldorado, antecipando a ideia da interdição, Salfer foi enfático ao afirmar que a falta de providências efetivas do poder público, que apenas apresenta paliativos que não equacionam o problema, justificavam a ideia de tomar a decisão, agora posta em prática.

A penitenciária está com 692 apenados, e a meta é baixar para a capacidade de 552, enquanto o Santa Augusta contabiliza 583 presos, com capacidade para 390 na ala masculina. Entre mulheres, são 79 detentas em um espaço para 40. O primeiro efeito prático da medida deve ser a suspensão das novas entradas de apenados, forçando transferências para outras unidades, o que deve ser feito até o dia 31 de julho.

Colaboração de Talise Freitas / Rádio Eldorado

Altair Guidi sondado para concorrer no Rincão

Outro ex-prefeito de Criciúma, a exemplo do que fez Décio Góes (PT), pode ter como destino político o Balneário Rincão. É o caso de Altair Guidi (PPS). Sondagem foi feita ao ex-deputado, e confirmada hoje, em entrevista ao Manhã Eldorado, por seu filho, o deputado estadual Ricardo Guidi.

"É, algumas lideranças o sondaram mesmo. Mas por enquanto ele não cogita isso", comenta o deputado, não escondendo um certo entusiasmo com a hipótese de ver seu pai disputando o pleito no Balneário Rincão ou até em Criciúma, onde o ex-prefeito é sempre uma parceria desejada, pelos votos que possui. Altair anunciou que deixava a condição de deputado estadual, abrindo espaço para o filho, mas jamais descartou a volta às urnas para uma disputa municipal por exemplo.

Altair já disputou quatro eleições para prefeito em Criciúma. Ganhou duas, superando Nei de Aragão Paz (MDB) e Eduardo Moreira (PMDB), e perdeu duas, para Eduardo e Paulo Meller (PMDB). "Quem defende o pai candidato no Rincão entende que a praia precisa de um homem para planejar o futuro e a cidade, bem no perfil dele", emenda o deputado Ricardo Guidi. O próprio Ricardo vem sendo cortejado para concorrer em Criciúma, mas não tem demonstrado interesse. "Quero fazer meu mandato completo de deputado estadual, adquirir experiência para no futuro, aí sim tentar a Prefeitura", conclui.

Coronel Cabral convidado para entrar na política

Três partidos políticos tentaram, e insistiram bastante, o passe do tenente coronel Márcio Cabral. O objetivo natural, de submete-lo às urnas, não seduziu o oficial. Cabral anunciou, na última sexta-feira, que está deixando o comando do 9º Batalhão de Polícia Militar depois de quatro anos. "É um ciclo que naturalmente chega ao fim", observou o comandante, visivelmente emocionado, fruto da identidade que tem com a função e com as questões da segurança na cidade.

Ao longo da sua jornada de 31 anos na PM, e no particular mais recente do comando no 9º BPM, Cabral desempenho papel de destaque como líder na busca de soluções. Certamente foi esta perspectiva que fez partidos políticos o procurarem. "Concorrer a cargo eletivo não é a minha área", reforçou, em entrevista ao nosso Manhã Eldorado nesta segunda-feira.

Cabral confirmou, ainda, que foi sondado para fazer parte do governo Márcio Búrigo. A intenção do prefeito é promover um desmembramento na ASTC, separando a engenharia de trânsito das questões da segurança. Esta diretoria, que englobaria Guarda Municipal, agentes de trânsito e ASTC, ficaria, pelo projeto, sob a alçada do coronel Cabral, que agradeceu o convite. "Não é o momento, talvez o futuro. Mas o projeto é muito bom", elogiou.

O comando será entregue oficialmente no próximo dia 26 de maio ao hoje major Evandro Fraga, que no começo do mês vai ser promovido a tenente coronel, o que possibilitará a posse como comandante. Cabral retardou sua saída do posto para dar tempo da assunção da carreira de Fraga, com o objetivo de te-lo no comando. Se o coronel deixasse a função antes, o Estado designaria algum oficial de fora, o que poderia prejudicar a continuidade de projetos atuais. É evidente a afinidade entre Cabral e Fraga, o que denota a manutenção do atual perfil de atuação da PM em Criciúma. "E com uma vantagem. O futuro tenente coronel Fraga terá aumento de efetivo, chegando a 320 homens em maio do ano que vem", projetou Cabral.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Governador vai receber deputados do sul

Finalmente a "encantada" audiência do governador Raimundo Colombo (PSD) com os deputados do sul vai sair. Os parlamentares foram comunicados na tarde desta sexta-feira que o encontro está agendado para 28 de abril, uma terça-feira, 14 horas, no Centro de Administrativo.

Neste encontro, gestionado há 45 dias, os deputados terão a chance de reforçar cobranças sobre as obras paradas na Via Rápida e Anel Viário, por exemplo. A demora foi tão grande que, na ideia original da audiência com Colombo, ainda constava na pauta o aeroporto Diomício Freitas. O governador já foi ao ministro, já voltou, já recebeu a garantia da renovação do contrato e, nesse tempo todo, não achou uma hora para receber a bancada do sul.

É de se imaginar que os deputados vão afiados. Chance para Manoel Mota (PMDB), Luiz Fernando Cardoso (PMDB), José Milton Schaeffer (PP), Valmir Comin (PP), José Nei Ascari (PSD), Cleiton Salvaro (PSB), Rodrigo Minotto (PDT) e Ricardo Guidi (PPS) firmarem posição. O repasse dos R$ 46 milhões para Criciúma, a situação crítica do Hospital São José e a conclusão da SC-446, em Treviso, também estarão na pauta.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Com Waldir Lodetti, morre um pouco da alegria da bola

Estamos vivendo tempos perigosos no futebol. O humor está acabando. A graça está se esvaindo. Tanto é verdade que nos satisfazemos, como que famintos vendo o oásis distante no cenário do deserto, com raríssimas aparições da plástica no mundo da bola. Ser brucutu virou moda nos gramados. Ser cortês no apito, virou elegante, como que a discrição de um árbitro fosse a principal credencial necessária, e não a autoridade que ele deveria ter.

Vivemos tempos tão danosos que, se um árbitro se impuser da forma que deve, será taxado como arrogante, será denunciado e quem sabe até posto na geladeira, pois os supostos craques de hoje, craques de pau oco, não podem sequer ouvir as vozes dos árbitros, senão os pressionam, os acovardam, os acossam com a ameaça fatal do ostracismo. O árbitro perdeu o papel central para as estrelinhas pós modernas das tatuagens, brincos e cabelos insinuantes, que lembram de tudo, menos do básico, de jogar futebol.

Tal qual na vida. O professor não pode mais ser disciplinador. Não pode mais usar da sua régua severa para colocar na linha. Antigamente, podia. E era bom. E os pais conferiam autoridade. Hoje, muitos pais são os primeiros a desautorizar a liderança do professor. E o que formamos? Gerações de alguns muitos alienados, desrespeitosos em casa e fora dela, sem noção do conceito de liderança, achando-se o umbigo do mundo. Tais quais os supostos craque que, filhos da mesma geração, não encontram no árbitro senão o depositório das suas vaidades, e não mais o líder a nortear o que dentro do gramado ocorria. Salvei-me por pouco, nos meus 35 anos de vida, desta geração que vê no árbitro, tal qual no professor, a autoridade fugaz, escondida sob os holofotes dos midiáticos craques de hoje, os da bola, nos gramados, os da vida, nas escolas e lares da vida. Sou do tempo em que a autoridade de um bom árbitro, e de um bom professor, eram a essência da disciplina que realmente educava.

Tudo isto para lembrar de Waldir Lodetti. Seu falecimento nesta quinta-feira, aos 73 anos, faz apagar mais uma luz da graça no futebol. Da graça com garra. Um homem divertido por natureza. E não é simples ser divertido como o Waldir. Não foi descompromissado com a vida. Pelo contrário. Encaminhou bem a sua prole, deixou sólidos cinco filhos decentes, e seus filhos, os netos do Waldir e da Nadir. Waldir foi, nas quatro linhas, aquele juiz cuja autoridade era o brilho maior do espetáculo. Outros tempos da bola, é bem verdade, mas em muitos aspectos, tempos melhores, em que os jogadores sabiam seus respectivos lugares, afinal um apito e um cartão bem aplicado eram a linha condutora do espetáculo, e não as inconsequentes firulas de hoje. Ah que falta faz um Waldir Lodetti nos gramados catarinenses e brasileiros. Quanta patifaria, quanta preguiça, quanta audácia dariam lugar ao bom futebol.

Creio, com toda a força do meu ser, que um pouco do fim do bom futebol, e a consolidação deste ciclo atual de falta de beleza, falta de graça, se deve ao esvair da autoridade dos árbitros. Ninguém mais manda. Apenas as estrelinhas. O Waldir Lodetti, que já fazia falta nos gramados desde sua justa aposentadoria, em 1990, fará agora falta na vida, nos campos e bares e festas e encontros e bate papos. Vai com Deus, querido amigo. Foste um craque. Do apito e da vida!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Pressão popular faz Câmara aprovar mudança no Plano Diretor

O polêmico Projeto de Lei Complementar 015/15 finalmente foi à pauta na Câmara, agitando a sessão da noite desta terça-feira, que contou com plateia lotando a casa. Empunhando cartazes, moradores dos bairros Lote Seis e Cruzeiro do Sul pressionaram os vereadores pela aprovação do PLC. E conseguiram. Por unanimidade, os vereadores votaram pelo projeto, como queriam os populares

Com isto, muda o Plano Diretor no dispositivo que permitia construções de até 16 pavimentos no Lote Seis e oito no Cruzeiro do Sul. Com a mudança, o limite passa a ser de dois pavimentos no Lote Seis, e quatro no Cruzeiro do Sul. Havia, naturalmente, um pesado interesse do mercado imobiliário na reprovação do projeto, já que se trata de uma região nobre, onde poderiam ser edificados condomínios de alto requinte e grande margem de lucro. Pesou a favor do PLC o manancial natural e o relevo acidentado da região, além do interesse dos atuais moradores contra a verticalização da área.

"Tinha gente que votaria contra. Mas com essa pressão popular, vão votar a favor", alertou, da tribuna, o vereador Tita Beloli (PMDB). "Se não fosse na pressão de vocês, muitos se borrariam aqui e votariam contra", emendou o vereador Moacir Dajori (PSDB). Todos os vereadores foram à tribuna, e desfiaram inúmeras razões para votar a favor do PLC. Certamente que a presença da barulhenta plateia colaborou. Houve até quem lembrasse a clássica "errar é humano, persistir no erro é burrice", para justificar a necessidade de modificar o Plano Diretor daquela região.

Outro ponto que causou alvoroço durante a sessão foi a fala do vereador Dr. Mello (PT), o primeiro a pedir a palavra nas discussões do PLC 015/15. "Chamavam esse Plano Diretor de participativo, mas ele não foi tão participativo assim", alfinetou, criticando a construção do plano que agora precisa ser corrigido. Tal fala gerou manifestações pesadas de reação de vereadores da legislatura passada, como Toninho da Imbralit (PMDB) e Tati Teixeira (PSD). "Exijo respeito", chegou a dizer a vereadora Tati, apontando o dedo para o petista Mello.

Ao final das contas, a população do Lote Seis e Cruzeiro do Sul saiu feliz, e provando, mais uma vez, que a organização popular é capaz, sim, de levar a resultados importantes no Legislativo. E com reflexos no Executivo. A especulação imobiliária sofreu uma dura derrota, e contundente, de goleada!

Um breve avanço para o hospital infantil

Um passinho para frente, ainda modesto, foi dado hoje em Brasília para tentar a conclusão das obras do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, em Criciúma. "O prefeito se comprometeu em realizar reformulações no projeto arquitetônico para garantir mais R$ 3,5 milhões do ministério para a obra", informou a deputada Geovânia de Sá (PSDB), em entrevista ao Balanço Geral desta terça-feira, na Rádio Eldorado.

Geovânia participou de visita ao Ministério da Saúde para tratar do tema com o prefeito Márcio Búrigo (PP) e o deputado estadual Valmir Comin (PP). A conversa sobre o que ainda pode ser feito no hospital com aval do ministério foi com o coordenador geral de Acompanhamento e Prestação de Contas do Fundo Nacional de Saúde, André Luiz Martins.

"Com os R$ 3,5 milhões que o ministério enviará após a adequação dos projetos pela Prefeitura, mais os R$ 3 milhões de emenda parlamentar que vamos destinar, será possível encaminhar bem a obra do hospital", comentou a deputada Geovânia, sem no entanto oferecer prazos. "Estamos trabalhando firme nas adequações exigidas para entregar o mais breve possível o plano de trabalho. Essa etapa precisa ser vencida para conseguirmos nos movimentar em busca dos recursos necessários para as construções", concluiu o prefeito.

Vamos detalhar o assunto nesta quarta-feira, a partir das 7 horas, no Manhã Eldorado.

Prefeito dá um passo rumo a 20 dos 46 milhões

O prefeito Márcio Búrigo (PP) garante ter dado mais um passo nesta terça-feira, em Brasília, rumo a liberação de pelo menos R$ 20 milhões dos R$ 46 milhões prometidos pelo governo do Estado.

Mas por qual razão em Brasília? É que o prefeito precisava ir à secretaria do Tesouro Nacional reativar o processo de captação de recursos, que estava em vias de arquivamento. E conseguiu. Agora, conforme Búrigo, cabe o envio de documentos pelo Badesc, que será o cedente do empréstimo avalizado pelo Tesouro, ligado ao Ministério da Fazenda

Por esta verba passa o "pulo do gato" que Márcio pretende dar em termos de obras do seu governo. Ele reconhece que está precisando. Se der tudo errado com o Estado - e essa hipótese ainda não é descartável, embora o avanço desta terça -, Márcio tem na manga o investimento por ser feito, já com recursos garantidos, na segunda etapa do canal auxiliar ao Rio Criciúma. Mas se der certo com o Estado, Badesc e Tesouro, Márcio já lança, neste semestre, a construção do elevado da avenida Santos Dumont, a primeira das obras de infraestrutura urbana planejadas.

Na missão de hoje, Márcio foi acompanhado do deputado estadual Valmir Comin (PP) e do secretário estadual de Articulação Nacional, Acélio Casagrande (PMDB).

Tigre demite Wilsão e mais três do futebol

O projeto Série B 2015 começou de vez pela comissão técnica no Criciúma. No fim da tarde, o Tigre anunciou quatro dispensas e fechou o futebol com as vindas do preparador físico Leonardo Cupertino e do preparador de goleiros Antônio Carlos Pracidelli, que se unirão aos auxiliares técnicos Altair Coimbra e Luizinho Vieira, sob o comando do técnico Moacir Júnior.

Além da vinda de Pracidelli (foto), renomado na função de preparar goleiros, chamou a atenção a vinda de Cupertino. Conforme o comentarista Reginaldo Corrêa, a pouco na Rádio Eldorado, o novo preparador físico do Criciúma era visto com frequência no Heriberto Hülse, e foi pivô nas convocações de três jogadores do Criciúma para a seleção sub-20. Estaria, agora, recebendo um "retorno" do apoio na articulação de tais convocações. Disse o Reginaldo, e ele é bem informado... Cupertino já trabalhou no Al Rayyan, do Catar, na seleção de Guiné Equatorial e no Tombense, de Minas Gerais.

Pracidelli, por sua vez, dispensa apresentações. Trabalhou no Palmeiras, de 1993 a 2001. Fez parte da Seleção Brasileira campeã do mundo em 2002, passou ainda por Chelsea da Inglaterra e Coritiba. Integrou, ainda, a comissão técnica do Brasil na Copa do Mundo de 2014. Mantendo a forma dos bons tempos, é a melhor contratação do Criciúma até aqui para a Série B. Com a vinda de Pracidelli e Cupertino, estão voltando para o sub-20 do Criciúma o preparador físico, André Milioli e o preparador de goleiros Mauricio Dacoregio.

De saída, estão Wilson Vaterkemper (foto), que era o auxiliar técnico de Luizinho Vieira, mais o gerente de futebol Giuliano Bitencourt, o fisiologista Cléber Medeiros e o fisioterapeuta Alessandro Dal Pont. A destacar mais uma saída de Wilsão do clube. O ex-zagueiro chegou a ser convidado, faz algum tempo, para ser o técnico efetivo. Talvez tivesse sido ele, pela ideia original, o comandante deste projeto no Campeonato Catarinense. Não foi. Preferiu ser o auxiliar. Perdeu espaço agora.

Márcio no exterior. Coral prefeito no fim do mês


A Câmara de Vereadores leu a pouco, na sessão desta terça-feira, ofício do prefeito Márcio Búrigo (PP) comunicando que ele vai se ausentar, para viagem de caráter particular ao exterior, entre 30 de abril e 3 de maio. O destino não foi informado.

Curiosamente - nenhum questionamento protocolar, apenas uma observação -, o ofício foi lido, naturalmente, pelo secretário da mesa, vereador Édson Aurélio, do mesmo PSDB do vice-prefeito Verceli Coral, que assim assumirá a Prefeitura naqueles quatro dias. O ofício não cita a posse do vice, mas é óbvio que Coral precisará ser o prefeito da quinta-feira, 30 de abril, até o domingo, 3 de maio.

Coral, como é mais do que sabido, é parceiro de primeira hora do ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB), que por sua vez segue em franca guerra com o atual governo. Tanto é verdade que o vice segue sem qualquer função no governo Márcio, embora o prefeito, quando voltou ao governo, reforçou que o vice teria espaço executivo no governo. Isso, porém, dependeria de um gesto do próprio Coral, que pelo visto não aconteceu.

Em recente entrevista à Rádio Eldorado, Verceli Coral manifestou interesse de administrar o pátio de máquinas, e que ao longo de 2014, chegou a propor ao prefeito assumir esta função. "Nunca me responderam", lembrou Coral. É evidente que o pátio de máquinas, pelo seu potencial, não será oferecido a Coral. Seria espaço demais, na leitura do PP e aliados próximos a Márcio, para um tucano de plumagem tão semelhante à de Clésio.

Será no mínimo curioso ver Coral prefeito por quatro dias, sendo oposição a Márcio Búrigo.

PMDB catarinense solidário ao senador LHS

O PMDB de Santa Catarina lançou, no final da tarde desta terça-feira, uma nota oficial de apoio ao senador Luiz Henrique da Silveira, alvo de denúncias que resultaram, recentemente, em abertura de inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal.

Na nota, o presidente Valdir Cobalchini reitera que Luiz Henrique foi vítima de uma "falsa denúncia". Ele foi citado por prática de advocacia administrativa, pois teria feito "passar à frente" em uma fila do SUS, para cirurgia, uma paciente. O fato já foi veementemente negado por Luiz Henrique da tribuna do Senado, pedindo ao Supremo a extinção do processo. Abaixo, a nota:

Nota de Solidariedade

O PMDB catarinense manifesta sua solidariedade ao senador Luiz Henrique da Silveira e sua inconformidade diante da falsa denúncia que resultou na abertura de inquérito contra ele, pelo Supremo Tribunal Federal.

Fundador do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com um currículo inquestionável e uma trajetória política de sucesso, marcada por doze mandatos populares consecutivos, sendo um de deputado estadual, três de prefeito de Joinville, cinco de deputado federal, dois de governador do Estado e o atual, de senador da República, Luiz Henrique tem o irrestrito e integral apoio de seus companheiros de partido, que depositam nele total confiança e admiração.

A irretocável carreira política de um dos maiores líderes peemedebistas do Brasil não pode ser questionada por uma denúncia leviana e absurda, sem qualquer sustentação legal. Guiados pelos ideais democráticos que sempre nortearam a liderança de Luiz Henrique em Santa Catarina, renovamos manifestos de apoio.

Valdir Cobalchini
Presidente em exercício do PMDB/SC

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Itamar desafia Clésio: "Ele que era tão esperto..."

Foram exatos 18 minutos e 12 segundos na tribuna da Câmara, na noite desta segunda-feira, consumidos pelo líder do governo, vereador Itamar da Silva (PROS), para uma contundente cobrança ao ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB), determinando o azedar de vez das relações entre os dois. Itamar, que foi o prefeito do mandato-tampão entre Clésio e Márcio Búrigo (PP), nos primeiros três meses de 2013, resolveu bater de vez na tecla do contrato firmado com a Casan no final de 2012.

O vai e vem


Itamar fez um detalhado histórico dos acontecimentos, lembrando que em 21 de novembro, em 2012, chegou à Câmara o projeto para renovação do convênio entre a Prefeitura e a Casan. E que cinco dias depois, a assessoria jurídica deu parecer pela ilegalidade, defendendo que novo convênio não é competência dos vereadores a aprovação, mas sim do Executivo pela execução. Devolvido o projeto. O mesmo, sem quaisquer ressalvas ou correções, retornou à Câmara em 10 de dezembro. "Daí a Câmara aprovou sem discussão, sem parecer, já que o prefeito estava ignorando uma decisão da Câmara", alfinetou Itamar.

A perda

O vereador, então, lembrou que o novo convênio, aprovado por insistência do então prefeito Clésio e formalizado no final de 2012, excluía do contrato anterior, celebrado em 2007 no governo Anderlei Antonelli (então no PMDB), duas cláusulas que previam repasses de 6,5% da arrecadação da Casan em Criciúma para a Prefeitura, e outros 2% para a Famcri. "A Prefeitura está deixando de arrecadar R$ 600 mil mensais desde o começo de 2013, e a Famcri outros R$ 200 mil. Até agora, deixou de entrar no cofre do município a soma de R$ 14 milhões, e ao final deste contrato muito mal feito, serão R$ 200 milhões", destacou o vereador Itamar.

A herança

"Essa é a herança que o ex-prefeito está dizendo que não sabia. Ele que era tão esperto, brigava com a imprensa, era dono do município, com apoio popular, agora ele tem que justificar o que houve", lascou Itamar, quando começou efetivamente as cobranças a Clésio desde a tribuna.

"É muito estranho. Para quem se dizia o administrador mais esperto, renovar convênio e ignorar o repasse de R$ 800 mil por mês? Esse contrato jamais passou pela Câmara", frisou o vereador.

A proposta

Itamar da Silva propôs, e pediu apoio aos demais vereadores, que o requerimento que ele lavrará tenha a assinatura de todos pedindo uma audiência com o presidente da Casan, Valter Gallina, com a presença do prefeito Márcio Búrigo, para tentar mudar este contrato. "A Casan sabe que o convênio com Criciúma é importante. Se Criciúma suspender a parceria, a Casan vai ficar com dificuldades", salientou o vereador, que visa a suspensão do atual contrato e a elaboração de um novo convênio, com a retomada da obrigatoriedade dos repasses da Casan para o município.

A última farpa


Houve um aparte do vereador Toninho da Imbralit (PMDB), que era o presidente da Câmara quando da aprovação do tal convênio. "O (vereador) Itamar lembra bem, na época os projetos vinham goela abaixo, quando votamos esse, estávamos discutindo o CriciumaPrev, que deu no que deu. Era assim que eles conduziam", disse Toninho, em franca crítica à condução do então governo Clésio com o Legislativo.

E Itamar, para concluir, tascou: "Nesse período de seis mandatos que estou na Câmara, eu considero esse o maior rombo que a Prefeitura já teve. Louco rasga dinheiro? Nós rasgamos quase R$ 14 milhões já. Passamos um papel de ignorância".

Ouça a edição da manifestação do vereador Itamar da Silva clicando aqui. Completa repercussão do caso nesta terça-feira, a partir das 7 horas, no Manhã Eldorado.

A mini microscópica reforma de Raimundo Colombo

É certo que cortar 56 cargos no governo do Estado não resolverá problemas. Não permitirá que a Via Rápida seja concluída, ou que o Hospital São José seja viabilizado, ou que a Barragem do Rio do Salto saia do papel, ou que a Interpraias deixe de ser a maior piada de obras da história catarinense... mas é um começo.

Este, 56 cargos cortados, é o tamanho da primeira etapa da reforma que o governador Raimundo Colombo apresenta. O governo propõe a fusão da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado (Agesc), com a Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico (Agesan), e a consequente criação da Agência de Regulação de Serviços Públicos (Aresc).

O governador entende, conforme matéria do jornal Notícias do Dia, que o serviço público vai melhorar com a nova agência, aprimorando a fiscalização. Seja como for, é uma reforma sutil demais, quase inexpressiva, perante ao gigantesco monstro da burocracia estadual, ainda altamente aparelhada com as secretarias regionais e o peso do relatório do Tribunal de Contas do Estado, com o peso do mesmo sobre a mesa do governador. Ou a faca passa logo em uma segunda etapa que deve ser breve, ou, ao final das contas, a reforma de Colombo virará uma micro pílula dourada.

Presidente da Casan vai à Câmara no dia 24

Comissão de Obras da Câmara foi até Turvo nesta segunda-feira. Vereadores Moacir Dajori (PSDB), Tita Beloli (PMDB) e Tati Teixeira (PSD) reuniram-se com o presidente da Casan, Valter Gallina, e os deputados José Nei Ascari (PSD) e Luiz Fernando Cardoso (PMDB).

"Fomos tratar da Estação de Tratamento de Esgoto da Próspera. "O esgoto está em fase adiantada, bem mais de 50% já feito, e o que teria que caminhar junto é a Estação. Para nossa surpresa, nem o projeto está pronto ainda", comentou, preocupado, o vereador Dajori. "Daqui a pouco está pronto, alguém começa a soltar o esgoto, e não tem a estação para tratar". Foi levantada, ainda, a preocupação com o odor que a nova estação vai exalar. "Não queremos que se repita o problema da Santa Luzia", referiu o vereador Tita.

Outra providência solicitada pelos vereadores diz respeito à avenida Santos Dumont. "Pedimos à Casan que faça logo a rede de esgoto ali, que pertence à primeira etapa, antes que o binário seja construído ali e depois tenham que abrir tudo de novo", explicou Tita, que preside a Comissão de Obras.

No próximo dia 24, o presidente Gallina agendou visita à Câmara para prestar esclarecimentos. Ele deverá levar pronto, para apresentação, o projeto da nova estação, que ainda está pendente.

Marco Feliciano para presidente da República?

Ele afirmou que só não foi candidato a presidente da República em 2014 pois não teve apoio no seu partido. "E se tivessem me dado apoio, eu teria feito um estrago nessa eleição", disse o confiante e polêmico Marco Feliciano, deputado paulista do PSC, que visitou Criciúma e conversou com este jornalista perto das 23 horas de sábado, na sede da igreja Assembleia de Deus.

"Eu nunca mais peço voto para o PT. Pedi para Dilma em 2010, pois ela era contra o aborto, e o Serra do PSDB era a favor. Mas eu não sabia que petista mente", disparou, em forte tom crítico em relação aos petistas. Chegou a dizer que "só petista desinformado" faz parte da Assembleia de Deus, e que a guinada rumo à política que sua igreja teve nos últimos anos se deve muito a ele próprio. Contrário ao impeachment, entende porém que se houver provas documentais contra Dilma, cabe um processo de cassação. "Acho que ela não termina esse mandato", diz.

Feliciano quer ser senador. E depois tentar a presidência. E minimiza suas posições polêmicas, embora seja amigo íntimo, "um irmão" como ele diz, do não menos controverso Jair Bolsonaro, deputado do PP fluminense. Formam uma dupla afinada em Brasília. E com muitos fãs. "O Brasil está mais conservador. Todo o extremo é perigoso, seja o de direita, ou o de esquerda, como temos agora. O Brasil está voltando ao centro conservador, por isso elegemos a maior bancada conservadora da nossa história na última eleição".

Opositor ferrenho das novelas da Rede Globo, "pois elas destroem a família brasileira", Feliciano demonstra, por outro lado, total antipatia pelas políticas de regulação da mídia que o governo federal pretende implementar. "Isso é censura. Nossa imprensa livre é o pulmão da democracia".

Não demora e a conversa com Marco Feliciano parte rumo aos homossexuais. "Eu amo gays, sou um pastor. Tenho amigos homossexuais", afirmou. "Mas não quer dizer que sendo amigo, eu aprovo tudo o que fazem", salientou, reforçando sua ideia de família tradicional como a única de fato viável. "Se a criminalização da homofobia valer como os ativistas de agora, bancados pelo governo, querem, eu já estaria preso. Eu posso criticar você, a presidente, um ator, menos os gays".

Marco Feliciano foi a estrela principal do lançamento de um CD na Assembleia de Deus em Criciúma, veio a convite da deputada Geovânia de Sá, a quem chama de futura prefeita de Criciúma. "Eu virei fazer campanha para ela. Quero ela prefeita", arrematou Feliciano, que falou para uma igreja superlotada em seu interior, e fora dela, a rua Duque de Caxias teve que ser fechada para as outras centenas que na parte externa, diante de um telão, assistiram sua fala de uma hora e 40 minutos. Ouça a entrevista de Marco Feliciano à Rádio Eldorado clicando aqui. Leia matéria no Jornal da Manhã desta segunda-feira.

Assembleia pagou 43 deputados em março

Está lá. No Portal da Transparência. Santa Catarina pagou 43 deputados estaduais em março. E a confusão se dá por conta das idas e vindas nas bancadas do PMDB e PSD. Ocorre que o salário de R$ 25.322,25 caiu na conta, em abril, de quatro titulares que não estão em exercício de mandato legislativo, mas sim servindo ao governo Colombo no secretariado.

São os casos de Ada de Luca, Carlos Chiodini e Moacir Sopelsa (PMDB), e Milton Hobus (PSD), secretários de Justiça, Desenvolvimento Sustentável, Agricultura e Defesa Civil, respectivamente. Ada, Chiodini e Sopelsa estão fora desde o começo de fevereiro, quando abriram suas vagas para os suplentes Luiz Fernando Cardoso (Vampiro), Fernando Coruja e Manoel Mota. Alguns dias depois, foi a vez de Hobus sair para que Dalmo Claro de Oliveira (PMDB), tomasse assento na Alesc. Destes suplentes, todos receberam os mais de R$ 25 mil, menos Dalmo, em cuja conta caíram R$ 14 mil.

Trocando em miúdos, os contribuintes catarinenses estão pagando oito deputados para exercer o trabalho de quatro. Está no Portal da Transparência. Não há o que contestar. Somente em salários, são R$ 100 mil a mais consumidos nesta, no mínimo, "falha técnica" inadmissível. É certo que secretários de Estado não podem receber vencimentos de deputados, e vice-versa. Isso é fora da lei. E imoral. Em tempos de tão severa economia, nada melhor que olhar para a própria casa primeiro, senhores deputados. Santa Catarina tem 40, e paga 43 deputados. No aguardo de explicações. Quer consultar? Portal da Transparência aqui, clique!

Tem "gente vadia" na Prefeitura, diz Clésio

E o ex-prefeito Clésio Salvaro continua usando as redes sociais para atacar o prefeito Márcio Búrigo (PP). Na manhã desta segunda, Clésio pegou pesado, chegando a dizer que deixar a Avenida Centenário no estado em que se encontra "é coisa de gente vadia".

Ainda hoje, ganhará força o debate sobre o contrato que Clésio, no final do seu mandato, em 2012, celebrou com a Casan, com a Prefeitura abrindo mão de 8% mensais do faturamento da estatal. É que o vereador Itamar da Silva (PROS) vai apresentar na Câmara requerimento solicitando as atas das audiências públicas que deveriam ter sido realizadas para a alteração do contrato. A possibilidade de pedido judicial de revogação do atual contrato está sendo estudada.

Na sexta-feira, em contato com o blog, o prefeito Márcio Búrigo reforçou que, desde janeiro de 2013, a Prefeitura não recebe mais repasses da Casan. "E na contagem total desse novo contrato, Criciúma deixará de receber R$ 200 milhões", reforçou Márcio. Ele tem mantido a linha, repassada a toda a sua equipe, de não responder às provocações de Clésio Salvaro. Isso antes desta de hoje... Eis o que Clésio escreveu:

Bom dia amigos! Me preparando para ir até Florianópolis. Encarar a BR-101 está difícil, mas encarar a nossa Avenida Centenário também não está fácil! Confesso que ficamos todo o nosso governo preocupados em pavimentar e repavimentar ruas. Não conseguimos alcançar a todos. Mas deixar nossa principal via da cidade nesse estado, onde cratera pede espaço pra cratera, é de revoltar! Coisa de gente vadia, que não quer nada com trabalho! Vamos fiscalizar!

sexta-feira, 10 de abril de 2015

E o Brizola revirou-se no túmulo. De novo.

Constrangedora a fala do ministro Manoel Dias, do Trabalho, hoje pela manhã na Rádio Eldorado. Sem veemência nem méritos para colocar mão pesada sobre a lei da Terceirização, já que seu partido, o PDT, assassinou sua bandeira votando em peso a favor do projeto, Dias circulou, redundou, tangenciou, para dizer que "a terceirização é uma realidade que este projeto vai oficializando".

Como única e leve ousadia, Dias, cuidadoso demais em um momento em que falta a postura forte do líder que o ministro do Trabalho deve ter, afirmou que, se pudesse, mudaria apenas um ponto da fatídica lei. "A terceirização deve ser somente para a atividade meio, e não para a atividade fim". Ou seja, seria oficializar plenamente o que acontece agora, protegendo atividades centrais. Muito pouco, sutil demais. Ao menos, o ministro concorda que o risco de precarização do trabalho aumenta, naturalmente, com duas empresas, e não mais uma, cuidando do trabalhador e rompendo de pronto a estabilidade.

Mas a falta de veemência para o ministro defender a mais básica bandeira do seu partido - a validade da carteira de Trabalho -, foi o mais destacado da conversa. Me fez lembrar o velho líder Leonel Brizola, que certamente agora estaria enxotando Manoel Dias do ministério, ou nem faria mais parte do governo Dilma, quiçá do governo Lula. Revirou-se no túmulo. E com razão.

Contrato com a Casan para perder dinheiro?

Criciúma é o pote de ouro da Casan. Tanto que a estatal morre de medo de perder nosso mercado. Aqui, ela arrecada, e muito. E essa arrecadação, obviamente, aumentou e muito com a instalação da primeira etapa da rede de esgoto na área central. Afinal, a tarifa dobrou, para "comportar" o "custo" do esgoto. Muito bem.

Ao final de 2012, o então prefeito Clésio Salvaro encaminhou à Câmara o novo contrato de gestão dos serviços de água e saneamento com a Casan. A renovação, por 30 anos, previa uma novidade: a supressão de duas cláusulas que previam o repasse, respectivamente, de 6% da arrecadação da Casan em Criciúma para a Prefeitura, e 2% para a Fundação de Meio Ambiente (Famcri).

Os vereadores votaram sem ler. Ficou claro. "Eu era o líder do governo, e era o único vereador do governo na época. Foi dezembro, fim de ano, estávamos aprovando o novo Plano Diretor, e quando é contrato assim, renovação com Estado, a gente aprova", comentou o vereador Itamar da Silva (PROS), que agora vem à carga com um requerimento. "Vou pedir informações, e espero o apoio dos demais vereadores, para a gente apurar isso. Como é que o ex-prefeito celebra um contrato que faz Criciúma perder 500 mil reais por mês?", questionou Itamar.

Pela lógica levantada pelo vereador Itamar, se são mesmo R$ 500 mil ao mês, e podem ser até mais, em função do crescimento da arrecadação da Casan em Criciúma, o prejuízo, levando-se em conta todo o 2013, todo o 2014 e os primeiros meses de 2015, já superaria os R$ 14 milhões. Em entrevistas ontem, o ex-prefeito Clésio comentou que as necessárias audiências públicas para celebração do novo contrato foram realizadas. Bastará, então, em resposta ao requerimento do vereador Itamar, responder a isso, confirmar que o povo que foi à audiência chancelou esta mudança, e pronto, assunto encerrado. Mas se o povo deu aval a isto, convenhamos, permitiu um tiro no pé. A Prefeitura já está com os cofres raspados, e ainda essa... É questão de transparência. Basta explicar. Simples assim.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O pior Catarinense da história do Criciúma


Os números não mentem: o Criciúma está fazendo o pior Campeonato Catarinense da sua história. Em aproveitamento, somou até aqui 31,2% dos pontos disputados. Marca negativa que supera 1997, quando o Tigre conquistou 37% dos pontos. Outros desempenhos históricos ruins foram em 1996 (37,5%) e 2009 (38,8%), conforme nos repassa o pesquisador Jaime Tibúrcio.

Na classificação, só não será pior pela fórmula deste ano. Sexto colocado hoje, o Criciúma bem chances bem razoáveis de fechar nesta colocação mesmo. A não ser que supere o Metropolitano no confronto direto de domingo, e assim possa ser o quinto. Nada de consolador, porém. As piores classificações foram em 1997 e 2010. Nestes Estaduais, o Criciúma foi oitavo. Mas em ambos, fez mais pontos que agora. Logo, 2015 com este atabalhoado e pessimamente mal executado projeto, o Criciúma faz o pior Campeonato Catarinense sim, de toda a sua história.

Há outro número assustador do que agora acontece no Tigre. O time alcançou neste domingo, diante do Figueirense, a marca de seis jogos consecutivos sem fazer um gol sequer. Isso nunca havia acontecido com o Criciúma em Estaduais. O máximo de jejuns vividos pelo Tigre era de quatro jogos seguidos em balançar as redes, nos campeonatos de 1983 e 1987. Tirando isso, no máximo alguma série de três ou dois jogos de jejum, e pronto. Agora são seis jogos sem marcar, contra adversários de qualidade duvidosa, e outros mais respeitáveis, mas longo de serem intransponíveis, aí estão os outros medianos do Catarinense para provar.

Na última vez que o Criciúma marcou um gol, a Páscoa ainda estava distante, fazia pouco mais de uma semana que a cidade havia trocado de prefeito - de novo -, e Maurinho jogava. Tanto que foi dele o último gol do Criciúma no Estadual, em 7 de março, no 1 a 1 com a Chapecoense. Depois, placar em branco para o Tigre contra Metropolitano (0x2), Inter de Lages (0x2), Figueirense (0x0), Joinville (0x2), Joinville (0x1) e Figueirense (0x1). O vexame já dura 560 minutos. Projeto que deu certo? Por favor, por respeito ao torcedor do Criciúma, não falem mais nisso. Esqueçam. Passem uma borracha nesta vergonha, e façam logo um time. É o mínimo de aprendizado que este caos pode permitir aos humildes e não teimosos da vida. E ao torcedor, parabéns pelos protestos deste domingo. Torcidas menos civilizadas e decentes teriam feito coisa pior em um cenário não tão horroroso quanto este. Torcida de respeito esta do Criciúma. (Fotos: Jota Éder / Rádio Eldorado)

A culpa é do Antenor. Overdose mata!

O Tigre fez uma aposta para a temporada. Disputar um Campeonato Catarinense com os jovens, para revelar talentos e avançar na contramão do futebol de hoje, em que só se gasta, só se contrata, só se joga a sorte com gente que vem, aluga seu futebol por breves tempos e bate em retirada. Teoricamente, uma aposta ousada e necessária.

Porém, a execução contou com um erro fatal, básico e trágico: a dose excessiva. Em qualquer tratamento, overdose mata. A dose acima da medida não é a solução, mas sim o caminho do fracasso para um projeto desta monta. Aliás, foi tão banalizado o conceito de projeto que hoje esta palavra vira até razão de chacota no estádio Heriberto Hülse. Culpa do Criciúma.

E mais culpa ainda, da sua direção, por apostar demais em uma juventude que, além de não estar pronta, nem formada, não dispõe da qualidade apontada por muitos. São jovens esforçados, alguns de razoável condição, mas longe de serem a solução dos problemas de um time com as exigências que pairam sobre o Criciúma. Se o Tigre fosse um Red Bull, um Audax da vida - como alguns pensam ser -, não haveria problemas. Não haveria o efeito torcedor na arquibancada, este fenômeno que tão bem faz, mas que irrita alguns cuja noção de bola não vai além do epicentro do seu umbigo.

Agora a cabeçada está dada. A gurizada do Tigre - recuso-me a chama-los de meninos -, são homens e como tais devem arcar com suas responsabilidades. Esta super proteção ensina-os muito mal mais uma importante lição: a da humildade, que, aliás, parece continuar bem longe das bandas do Majestoso. O Criciúma não aprendeu com o rebaixamento vexatório no Brasileirão. Apenas inverteu o lado da moeda. Em vez de torrar dinheiro de pá, como feito no fracassado 2014, agora colocou raras moedas no conta gotas, em uma inversão de valores tão repentina quanto mal pensada. Isto foi um projeto? Negativo. Isto foi um baratilho que sacrificou uma geração inteira do Criciúma. Um erro brutal do presidente Antenor e da sua diretoria. E para consertar esse estrago? Só o tempo. Enquanto isso, um time precisa ser montado, sob pena de o Criciúma ficar sem vaga na Série B em 2016.

Em Criciúma, tem que marcar hora para morrer...!

Faleceu ontem, aos 99 anos, a senhora Maria Milanese Meller. De família tradicional, tratava-se da mais antiga descendente ainda viva de Antônio Milanese, um dos pioneiros de Criciúma. Por pouco a burocracia não criou um transtorno sem explicação para a família de dona Maria.

Acontece que ela faleceu em sua residência, na Santa Luzia, em Criciúma, por volta das 21 horas. Por volta das 21h40min, o funcionário do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que deve ser acionado em casos como este, de morte natural em casa, o atendente, chamado Fernando, informou que estava encaminhando os serviços de uma funerária, para recolher o corpo, mas que a liberação só seria possível na manhã de hoje, segunda-feira.

Esta agonia desnecessária só foi evitada porque a família fez uso de um médico amigo para declarar o óbito e, então, permitir a liberação imediata do corpo para os devidos preparos pela funerária. Eis que vem à tona, mais uma vez, a precariedade dos serviços deste SVO, que não realiza atendimentos depois das 10 da noite. Trata-se de um abuso, de uma falta gravíssima, que deveria ser apurada a fundo pelas autoridades da saúde. Ou a pessoa morre bem antes das dez da noite, ou é preciso uma madrugada de espera para a burocracia da verificação de um óbito que já aconteceu? Oras, não deveria haver um plantão disponível para isto? Naturalmente que sim. Não nos faltava mais nada nesta capenga saúde pública, temos que marcar hora para morrer para contar com alguma decência no atendimento. Triste realidade.