sexta-feira, 10 de abril de 2015

E o Brizola revirou-se no túmulo. De novo.

Constrangedora a fala do ministro Manoel Dias, do Trabalho, hoje pela manhã na Rádio Eldorado. Sem veemência nem méritos para colocar mão pesada sobre a lei da Terceirização, já que seu partido, o PDT, assassinou sua bandeira votando em peso a favor do projeto, Dias circulou, redundou, tangenciou, para dizer que "a terceirização é uma realidade que este projeto vai oficializando".

Como única e leve ousadia, Dias, cuidadoso demais em um momento em que falta a postura forte do líder que o ministro do Trabalho deve ter, afirmou que, se pudesse, mudaria apenas um ponto da fatídica lei. "A terceirização deve ser somente para a atividade meio, e não para a atividade fim". Ou seja, seria oficializar plenamente o que acontece agora, protegendo atividades centrais. Muito pouco, sutil demais. Ao menos, o ministro concorda que o risco de precarização do trabalho aumenta, naturalmente, com duas empresas, e não mais uma, cuidando do trabalhador e rompendo de pronto a estabilidade.

Mas a falta de veemência para o ministro defender a mais básica bandeira do seu partido - a validade da carteira de Trabalho -, foi o mais destacado da conversa. Me fez lembrar o velho líder Leonel Brizola, que certamente agora estaria enxotando Manoel Dias do ministério, ou nem faria mais parte do governo Dilma, quiçá do governo Lula. Revirou-se no túmulo. E com razão.

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