sexta-feira, 19 de junho de 2015

Prefeito e a dificuldade para rever contrato com a Casan

Só no ano que vem para tentar repactuar o atual contrato em vigor entre a Prefeitura de Criciúma e a Casan. Foi o que reconheceu hoje, em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito Márcio Búrigo (PP).

"Tenho conversado muito com o presidente Valter Gallina, e ele deixou claro que há um contrato em vigor, assinado em 27 de dezembro de 2012, e precisamos cumpri-lo. Esse contrato só pode ser repactuado a cada quatro anos", lamenta o prefeito, que vinha em franca campanha pública de crítica a este contrato, assinado pelo ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB), nos últimos dias do seu governo. Márcio reclama que Clésio celebrou um contrato que tirou de Criciúma um repasse mensal de cerca de R$ 800 mil, em um prejuízo que vem sendo citado como milionário para a Prefeitura.

Márcio frisa que o atual contrato não pode ser rompido sem uma justificativa consistente. E certamente faz este comentário lembrando que a Casan vem investindo em obras de esgoto e, atualmente, seria inviável um confronto. Há na Câmara de Vereadores um projeto de lei de iniciativa popular que visa a criação de uma Agência Reguladora Municipal, que teria como principal papel fiscalizar a atuação da Casan nos serviços de água e esgoto em Criciúma. "Contratos são assinados para serem cumpridos. Tenho a convicção de que ano que vem poderemos repactua-lo", resigna-se Márcio, recuando no discurso passado de cobrança mais forte.

"Cidade já sofreu demais", resume Márcio

O prefeito Márcio Búrigo (PP) não quer saber de tratar, publicamente, da insegurança jurídica que ainda ronda o seu mandato com os recursos movidos pelo ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB), e que podem culminar com seu retorno à Prefeitura.

"A justiça que criou esse problema, ela que trate de resolver", afirmou Márcio, em entrevista nesta manhã à Rádio Eldorado. Processo que trata de retroatividade da Lei da Ficha Limpa entraria em pauta ontem no Supremo Tribunal Federal, mas acabou retirado da ordem do dia por iniciativa do presidente Ricardo Levandowski. Poderá voltar à pauta na terça-feira que vem.

"Essa causa tem importunado tanto a administração, a cidade já sofreu demais com isso. Eu quero é administrar. Já sofremos muitos prejuízos com esses processos", salientou Márcio. O prefeito tratou de elencar suas prioridades de momento. "Encaminhamos boas conversas com a Casan, Estamos hoje recebendo cem câmeras de vigilância do Estado. Até segunda-feira estamos terminando o novo Centro Administrativo na Próspera, e estamos inaugurando muitas obras na cidade", concluiu.

Mas Márcio está naturalmente antenado às pautas jurídicas. Seu advogado, Luiz Magno, tem cumprido rotina de idas e vindas ao Supremo para acompanhar o andamento dos processos, e o prefeito é parte interessada, devidamente registrada, em todas as causas de Clésio Salvaro que digam respeito ao seu impedimento atual de governar e concorrer.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Processo sai de pauta no STF. Clésio reclama

O julgamento que hoje seria realizado, e que poderia conferir a jurisprudência que o ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB) aguarda para voltar ao Paço, foi adiado por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal. O ministro Ricardo Levandowski entendeu que, pela complexidade e grande repercussão da matéria, será necessário um debate mais apurado e mais tempo para analisar os casos.

Entraria na pauta de hoje o julgamento do caso de um ex-prefeito de Nova Soure, na Bahia, que requer o fim da retroatividade da Lei da Ficha Limpa, justamente a mesma questão requerida por Clésio Salvaro, para que o mesmo volte a usufruir da validade da eleição de 2012, anulada e substituída pelo pleito de 2013, no qual Márcio Búrigo (PP) saiu vitorioso.

O presidente Levandowski levantou a possibilidade, ainda, de unir todos os processos que podem criar a mesma jurisprudência, os casos de Nova Soure (BA), Petrópolis (RJ) e Criciúma, em um julgamento só, para que a decisão seja única e agilize a conclusão da decisão sobre validade da retroatividade. Ainda não se sabe ao certo quando os processos, se em bloco ou separadamente, poderão ser postos novamente em pauta, mas não é de se descartar que isso ocorra já na próxima terça-feira.

Tanto os advogados de Clésio Salvaro quanto os de Márcio Búrigo garantem que não tiveram participação no pedido de retirada de pauta do processo de Nova Soure. Clésio criticou a decisão de hoje pelas redes sociais: "Lamentável! O direito da força está prevalecendo (por enquanto), mas sigo acreditando na força do direito (justiça). Essas medidas protelatórias só fazem mal a própria justiça, as pessoas e principalmente a nossa cidade! Medo de julgamento? Porque?". Já o prefeito Márcio Búrigo manteve sua agenda, recebendo o presidente Valter Gallina, da Casan.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Isev e Hospital: o fogo recém está começando!

Para quem pensou que as explicações da diretora do Isev, Lúcya Mainieri, em monocórdica e monossilábica entrevista coletiva nesta terça-feira, iriam arrefecer as denúncias contra a gestão do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, muito pelo contrário. Os denunciantes vieram com tudo nesta quarta, depois de formalizar junto ao Ministério Público do Trabalho, ainda ontem, aquilo que já havia sido levantado na véspera e que motivou as respostas da instituição.

Em entrevista à Rádio Eldorado, nesta manhã, o advogado dos médicos do Hospital Santa Catarina, Samuel Remor, reforçou as denúncias e incrementou com algumas minúcias no mínimo curiosas envolvendo a "vida pregressa" do badalado Isev.

"O Isev tem 300 títulos protestados e 800 mil reais em dívidas", salientou Remor, questionando qual a envergadura de uma instituição neste estado para administrar o principal hospital infantil do sul do Estado. "Algumas dessas dívidas já estão contraídas em Criciúma, mesmo com o pouco tempo de atuação deles por aqui", frisou.

O advogado revelou, ainda, que a licitação lançada recentemente para contratar o gestor por dez anos - e deu Isev -, claramente favoreceu a instituição vencedora. "A licitação foi direcionada para organizações sociais, excluindo do processo a Unesc e o Hospital São José, por exemplo", argumentou Remor. Ele contou, ainda, que a Prefeitura não exigiu, no contrato firmado, uma caução em garantia. "Hoje, se o Isev der calote, não há garantia contratual. Legalmente, deveriam ter depositado ao menos 5% do contrato como garantia", emendou.

Para Remor, o município segue omisso na fiscalização da atuação do Isev no hospital. Para ele, e os médicos por ele representados, a gestão era melhor nos tempos do Hospital São José, mesmo com menos recursos repassados pela Prefeitura. Ele indagou, ainda, as condições da UTI, cujas instalações não foram abertas à imprensa na visita de ontem. "Nossas denúncias são embasadas em memorandos internos do próprio hospital, isso desqualifica as explicações dadas pela diretora ontem", observou. Remor citou que na UTI há respiradores quebrados, outros improvisados com esparadrapos unindo os pedaços, respiradores vencidos desde outubro, além da falta de comida e medicamentos, que foram negadas pela direção do Isev.

Em resposta, o secretário Paulo Conti rebateu tudo, realçou a legitimidade do contrato firmado com o Isev, negou irregularidades na licitação, frisou que houve convite para o Hospital São José continuar gerindo o Santa Catarina, e que muitas das denúncias levantadas pelo advogado não passam de "acusações levianas". "Ele foi infeliz", concluiu Conti.

Pastor Jevis para vice de Márcio Búrigo...

O raciocínio já percorre as fileiras do PDT: com a possível saída do vereador Ricardo Fabris rumo ao PSD, o vereador Pastor Jevis sepulta de vez a pretensão de deixar o ninho pedetista. E mais, se credencia, como liderança da sigla na cidade e bom de voto, para ser o nome oferecido pela cúpula do PDT para uma posição coligação com o prefeito Márcio Búrigo (PP) visando a eleição de 2016.

A lógica é bastante simples. A ida de Fabris para o PSD está intimamente ligada a uma articulação que deve empurrar a sigla do governador Raimundo Colombo para uma parceria com o ex-prefeito Clésio Salvaro, e o indicado do PSDB para concorrer no ano que vem. Sendo o professor Celito Cardoso, o nome da hora, ou a deputada Geovânia de Sá, cada vez mais distante desta hipótese, ou ainda o médico Flávio Spillere, que segue resistente à ideia, o PSDB aposta em um cabeça de chapa com o vice do PSD, e esse vice considerado ideal, na dinâmica atual, o vereador Ricardo Fabris.

Assim, o PDT já se movimenta. Observadores próximos estão percebendo uma tímida aproximação entre o deputado estadual Rodrigo Minotto e o prefeito Márcio. Minotto já estaria, sob a batuta do ministro Manoel Dias, projetando a oferta do vice pelo PDT. Pastor Jevis tem participando de reuniões, algumas com este teor, como a mais recente conversa mantida em Florianópolis com os líderes estaduais do partido. A já anunciada saída do vereador pastor do PDT fica definitivamente abortada com a partida de Fabris, natural desafeto de Jevis.

De mais a mais, os argumentos que serão empregados com Márcio Búrigo para ter Jevis como vice são a penetração do vereador nos bairros, a identidade com o público jovem e religioso e o alcance social da atuação do vereador.

CENÁRIO ATUAL

Na constante dinâmica local, seriam passíveis de projeção, agora, um palanque com o PP e o PDT, com Márcio e Jevis; outro com o PSDB e o PSD, com Celito Cardoso (por enquanto) e Ricardo Fabris (dependendo da nova filiação), o PMDB com o deputado Luiz Fernando Vampiro, o PT com o empresário Fábio Brezola, e o PSB com o deputado Claiton Salvaro, que articula para ter o colega de Assembleia Legislativa Ricardo Guidi (PPS), como vice, e mais alguma candidatura de menor porte.

Vem mais bomba aí: ônibus a R$ 3,40 em Criciúma!

A ASTC encaminhou ontem ao Movimento dos Usuários de Transporte Urbano (Mutuc) o novo valor sugerido para a tarifa do transporte coletivo de Criciúma. E a sugestão assustou os integrantes do movimento: R$ 3,41! De fato, o valor beira a exorbitância na realidade local. Atualmente, a tarifa está em R$ 3 para quem paga no cartão, e R$ 3,25 no dinheiro, na catraca, já altíssimos por sinal.

Acontece que no final do ano passado o prefeito Márcio Búrigo (PP), encaminhou à Câmara, e o Legislativo aprovou, projeto que desonera o imposto municipal ISS das operações de transporte coletivo, o que permite um recuo de até 15 centavos na tarifa. Levando-se em conta o acréscimo do custeio no período, projetava-se que seria possível manter os valores atuais, absorvendo-se o imposto que não mais será repassado pelas empresas aos cofres municipais.

"Mas não é o que está acontecendo. Queremos saber onde foi parar a desoneração do ISS", indagou, revoltado, o sindicalista Célio Elias, vice-presidente do Mutuc, ao tomar conhecimento da planilha, entregue ao também sindicalista Edegar Generoso. "Conseguimos avançar somente nesta desoneração. Nos demais itens que vínhamos tratando desde o ano passado, continuamos na mesma, com inclusão de itens que discordamos na planilha", reclamou Generoso.

O reajuste deve entrar em vigor no segundo domingo de julho. À época da desoneração, em dezembro, o prefeito Márcio estava otimista com a hipótese de manter o valor atual nas tarifas, congelando-as por um ano. Agora, o cenário é outro e está deflagrada uma campanha que promete ser desgastante, contra o aumento. Mais uma bronca para o já agitado governo Márcio.

Eduardo Moreira cutuca Ricardo Fabris via Facebook

Curiosíssima a postagem do vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB), na manhã desta quarta-feira, com farpas diretas a uma liderança política de Criciúma. Ele não explicita nomes, mas está evidente que o comentário tem foco voltado para o vereador Ricardo Fabris (PDT).

Moreira remonta as origens políticas de Fabris, no PMDB, pelo qual foi secretário de Estado de Comunicação - na gestão Pinho Moreira -, e teve forte atuação na Prefeitura, no governo Anderlei Antonelli, quando rompeu com o PMDB por discordar da indicação do candidato a prefeito, na ocasião, Acélio Casagrande.

Foi parar no PDT, pelo qual elegeu-se vereador com expressiva votação. Agora, está em vias de migrar para o PSD. Daí surge o foco da pergunta levantada por Moreira. Procurado pelo blog, Ricardo Fabris preferiu não comentar, nem entrar em polêmica. "Sinto-me feliz por ser lembrado, mesmo que indiretamente, por uma liderança tão expressiva como o vice-governador", resumiu. Sobre a ida para o PSD, Fabris tem confirmado o convite recebido do deputado Gélson Merísio, mas está analisando o cenário, sem qualquer posição definida. Eis a nota postada por Eduardo Moreira:

"Eu estava pensando!!?? O que leva alguém a mudar de partido político...? Ambição pessoal? Interesse público? Interesse para benefício seu e de terceiros? Descumprimento de programa partidário? Enfim, podem existir vários fatores. No caso em tela e divulgado, o que vocês acham? Foi projetado por um partido, que lhe deu espaço municipal e estadual, aí não concorda com negativa de candidatura a prefeito e muda... Utiliza o conhecimento e estrutura do primeiro partido e se elege parlamentar municipal, os acordos que o beneficiam são cumpridos pelos "novos" amigos, mas resolve mudar de novo por motivos que já já serão conhecidos (os verdadeiros). E aí? Dá pra confiar?

terça-feira, 2 de junho de 2015

Namorando com o PSD, Fabris visita o governador

O vereador Ricardo Fabris (PDT, ou seria PSD?!) já está desfilando com tanta desenvoltura nos meios pessedistas que foi recebido pelo governador Raimundo Colombo (PSD) na tarde desta terça-feira. Fabris foi a Florianópolis entregar convites para a inauguração da TV Cidadão, o canal de televisão que, em parceria com a Assembleia Legislativa, vai transmitir as sessões do legislativo criciumense. A inauguração será no dia 15.

Além de Colombo, Fabris visitou deputados estaduais, vários do PSD, secretários de Estado e outras lideranças. O vereador criciumense foi convidado pelo presidente estadual do PSD, Gelson Merísio - ontem reeleito para o cargo pelos correligionários -, para ingressar nas fileiras pessedistas. Fabris está balançado, tem pensado bastante a respeito, e no meio disso estaria a estratégia de algo que o vereador sempre almejou, e muitas vezes não negou: a possibilidade de estar em alguma chapa majoritária em 2016. Ele poderia ser o vice de Clésio Salvaro, numa aproximação do PSD com o PSDB, ou do nome a ser indicado pelo ex-prefeito, hoje ainda sem amparo legal para concorrer.

Fabris ainda não tomou a decisão de trocar de partido, mas a chance parece a cada dia maior. Os próximos dias dirão se ele mudará realmente de sigla. E, de mais a mais, fica a dúvida: o PDT vai pedir a cadeira de Ricardo Fabris se ele migrar para o PSD? Terá legitimidade para isso. É bom lembrar que Fabris foi parte de uma grave crise interna no partido, que resultou na cisão com o vereador Pastor Jevis, que anunciou desfiliação mas ainda não saiu da sigla. Talvez a saída de Fabris para o PSD seja a senha para Jevis continuar com os pedetistas.

Muda a estratégia de Criciúma com a Casan

O repasse dos R$ 21 milhões pelo governador Raimundo Colombo (PSD) para investimentos em Criciúma estão, aparentemente, fazendo mudar a estratégia do prefeito Márcio Búrigo (PP) em relação à Casan e seus problemas contratuais com o município.

O prefeito deverá adotar uma postura mais cautelosa, evitando inclusive abordar a hipótese de rompimento de contrato. "É forte demais falar em rompimento", resume Márcio. Mas o chefe do Executivo não esconde seu desconforto, e concorda com o esperneio dos vereadores evidenciado na sessão de ontem na Câmara.

Quando vier a Criciúma, na semana do dia 15, Gallina trará técnicos da Casan, vai explicar os tópicos destacados em nota ontem publicada, como a aquisição de um equipamento e a adição de oxigênio para equilibrar o PH da estação da Santa Luzia, visando minimizar o cheiro ruim. E nessa vinda, Gallina pretende ter uma "conversa ao pé do ouvido" com Márcio. É nessa conversa que devem ser entabuladas mudanças no contrato assinado pelo então prefeito Clésio Salvaro no final de 2012, aquele contrato que retirou o repasse de R$ 800 mil mensais que a estatal fazia para a Prefeitura, como contrapartida do vantajoso vínculo que a Casan mantém com a exploração de água e esgoto na cidade. É nessa conversa que Márcio aposta para conseguir os recursos, e Gallina, segundo consta, precisará deste acerto, para deixar o contrato adequado às necessidades impostas pelos financiadores internacionais nos quais a Casan capta verbas para obras.

Enquanto isso, a Câmara de Vereadores recebe, nos próximos dias, o projeto de lei de iniciativa popular que visa criar a Agência Reguladora Municipal, com o intuito de fiscalizar os serviços de água e saneamento. O advogado Júlio Kaminski, suplente de vereador do PSDB, liderou o abaixo assinado, que coletou mais de 7,2 mil assinaturas, e será entregue em breve ao presidente Ricardo Fabris (PDT). Márcio deverá, por enquanto, cozinhar em banho maria a agência.

Os R$ 46 milhões ainda existem, diz Colombo

A garantia de repasse de R$ 21 milhões deixou nas entrelinhas a impressão de que a promessa de R$ 46 milhões, feita meses antes da reeleição de Raimundo Colombo (PSD) como compensação ao apoio do prefeito Márcio Búrigo (PP), viraria poeira. Mas Márcio aposta que não.

"O governador me disse que agora o que ele pode repassar é isso, são R$ 21 milhões. E que vai ser o primeiro convênio do ano que ele assina com município. Mas que o compromisso é de ajudar mais e o governador Colombo não fechou a porteira não", diz Márcio, esperançoso de que, quando as coisas melhorarem nos cofres do Estado, será possível receber o resto até o teto de R$ 46 milhões.

Márcio está voltando de Florianópolis, onde fechou sua agenda nesta terça-feira. Na quarta, já tratará com a secretaria de Obras sobre o planejamento das intervenções a serem feitas com os R$ 21 milhões, para envio de um cronograma ao governo estadual.

Guincharam o carro do prefeito. Que maré, hein Márcio?!

Márcio Búrigo é um homem de sucesso. Isso é inegável. Fez fortuna - vai dizer que não, se perguntado, mas fez sim -, trabalhando, e bastante, no seu laboratório, um dos maiores do Estado. Bioquímico de formação, sempre viveu relativamente próximo da política, sem nunca enfiar os pés nela, mas à sombra do exemplo do irmão, Guido.

Convencido pela palavra hábil e poderosa de Clésio Salvaro, que o viu como o par ideal para vencer desconfianças em 2008, ofereceu a tradição do seu sobrenome para a chapa que, vitoriosa, consagrou o "Márcio Búrigo e eu" de um governo elétrico, na marcha do titular.

Veio o revés jurídico de Clésio e ele não titubeou em apostar em Márcio, feito prefeito na sua segunda experiência nas urnas, a primeira como cabeça de uma chapa. Começou o mandato no primeiro dia de abril de 2013, há dois anos. O Paço já era rondado por suspeitas de monstruosas dificuldades para uma gestão realizadora. Estava posto que seria necessário pagar contas, rearranjar a casa, e isso trouxe uma esteira de desgastes políticos.

E o 2015 não poderia estar sendo mais tumultuado e pior para Márcio Búrigo. A perda do mandato no início do ano, por 40 dias, criou o que seus assessores próximos chamam de "vácuo". Na volta, o fantasma permanente de Clésio, o antigo aliado que virou desafeto. Antes disso, o desgaste de ter apoiado um candidato que não era o do seu partido - Raimundo Colombo -, em troca de R$ 46 milhões para viabilizar o seu governo, com as obras que não seriam possíveis somente com os escassos recursos próprios. Os R$ 46 milhões jamais vieram como se esperava. Chegam, a custa de muita viagem a Florianópolis, R$ 21 milhões, ainda a serem recebidos e aplicados.

Se não bastasse o desgaste político de um governo difícil, Márcio vive uma semana de inferno astral. Viu as chamas consumirem a Prefeitura, e agora se deparou com seu carro sendo guinchado defronte à Assembleia Legislativa, em Florianópolis. Não que isso seja um problema de governo. Não é. Ele confiou no boa praça Wagner Espíndola que, inadvertidamente, estacionou em uma faixa amarela. Enquanto Márcio mantinha uma das inúmeras reuniões do dia, o carro era guinchado, com razão, pela Guarda Municipal de Florianópolis. Lei de trânsito existe para todos. Carros oficiais não estão à margem. Agora é fato que o prefeito não ordenou que estacionassem seu carro em local proibido de propósito, ou por entender que está acima da lei. Foi uma literal barbeiragem. Mas uma barbeiragem que, por mais simples que possa parecer do ponto de vista de um governo tão complicado como o atual de Criciúma, pode trazer alguns ônus políticos. O que significará para uma oposição que promete ser encarniçada em 2016 possuir as fotos do carro do prefeito guinchado na Capital? Não bastassem as cinzas da Prefeitura, agora uma reluzente multa e o inquietante transporte de um carro oficial em um guincho passam a tirar o sono de Márcio Búrigo. Uma reza brava na benzedeira cairia bem... mal não faria.

Gestor defende auditoria externa na Criciúma Construções

De reconhecida capacidade, já tendo lidado com empresas em dificuldades - passou até pelo Criciúma Esporte Clube -, o administrador de empresas Zanoni Elias foi eleito, na última sexta-feira, gestor judicial da Criciúma Construções. Ele está no aguardo do juiz Pedro Aujor Furtado Júnior, que vai referendar o resultado da assembleia para então dar início à nova fase da gestão da empresa.

A meta inicial é fazer um apurado levantamento dos débitos e créditos da Criciúma Construções. "Para isso, pretendo sugerir a contratação de uma auditoria externa. Precisamos reduzir custos ao máximo, mas a auditoria será necessária e já temos parceiros que poderão faze-la", antecipou Zanoni, que esteve no Manhã Eldorado desta terça-feira. É possível, inclusive, que a auditoria seja terceirizada, e abranja todas as empresas do grupo, não somente a Criciúma Construções.

O gestor não se arriscou a tentar projetar se é possível quitar as dívidas da empresa com base no patrimônio que ela dispõe. "O plano de recuperação feito pela empresa não foi acatado pelo juiz justamente por possuir falhas nestas avaliações, o que abriu espaço para a especulação de falência", lembrou.

Zanoni acreditava, até a assembleia e o encaminhamento do processo de recuperação judicial, em uma provável falência, mas viu a chance dessa decretação reduzir bastante. "Ainda há um risco, mas tudo indica que o juiz vai dar aval ao processo de recuperação que vamos levar adiante", comentou.

Uma possível libertação do empresário Rogério Cizeski - pedido de habeas corpus será julgado hoje -, poderá dificultar a atuação da gestão judicial. "Ele está impossibilitado de ir até a empresa, mas se ele aparecer, poderá sim atrapalhar o nosso trabalho", pontuou Zanoni. O novo gestor está no aguardo de uma convocação pelo juiz Pedro Aujor para assumir plenamente suas funções.

Jaguaruna vai ter voo para o Rio de Janeiro

Os expressivos resultados do primeiro mês de operações já estão trazendo bons frutos para o aeroporto Humberto Bortoluzzi, de Jaguaruna. Foram 38 pousos e decolagens no mês de estreia, com 4,1 mil passageiros movimentados. E o Rio de Janeiro será o próximo destino a operar.

"Estamos acertados com a TAM para oferecer um voo diário de Jaguaruna até o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Terá partida pela manhã, e retorno à tarde", anunciou o superintendente da RDL Aeroportos, Walmir dos Santos Silva Júnior, em entrevista à Rádio Eldorado nesta terça-feira. Com um porém: o novo voo será de novembro até março, continuando posteriormente se a demanda for positiva para a TAM.

Enquanto isso, avançam as tratativas para que o voo diário com destino a Congonhas ganhe reforço. Ocorre que, atualmente, o avião só parte e chega de segunda a sexta-feira, menos feriados. A intenção é que haja operação também nos domingos. "Queremos que o nosso passageiro já consiga estar domingo em São Paulo. Esperamos que em no máximo quatro meses seja possível oferecer este incremento aos nossos usuários", antecipou Walmir.

Outras empresas aéreas também já estão de olho em Jaguaruna. É o caso da Gol, "90% acertada para quem sabe fazer o voo Jaguaruna/Guarulhos", confirmou o superintendente da RDL. Azul e Avianca também tem possibilidades futuras de operações pelo aeroporto regional.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Colombo repassa R$ 21 milhões para Criciúma

Mesmo sendo pouco menos da metade do prometido, o prefeito Márcio Búrigo (PP) saiu satisfeito da audiência desta tarde com o governador Raimundo Colombo (PSD). No encontro, Colombo garantiu a Márcio o repasse de R$ 21 milhões, dos R$ 46 milhões há tempos anunciado, ainda como promessa de contrapartida da última campanha eleitoral.

Do montante, R$ 13,1 milhões virão do Fundo Social, a fundo perdido. Deste bolo, R$ 4 milhões vão para o início das obras do Parque do Imigrante, no Rio Maina. R$ 8 milhões serão destinados a pavimentação de ruas, melhorias em praças e outras obras. E mais R$ 1 milhão vai para a reforma do Paço Municipal, por conta do incêndio da semana passada. "O governador queria incluir esse recurso dentro de R$ 12 milhões, mas conseguimos o aditivo de R$ 1 milhão sensibilizando o governo", contou o prefeito Márcio, em entrevista ao Balanço Geral da Rádio Eldorado.

Há, ainda, R$ 8 milhões que serão repassados via Badesc, e empregados nas obras de infraestrutura viária. A intenção é empregar a verba no início da construção do elevado do bairro São Luiz, na avenida Santos Dumont.

Márcio continua em Florianópolis. Manterá audiências na Casan, em secretarias de Estado e passará pela Assembleia Legislativa nesta terça-feira.

O franciscano e econômico Natal dos Sonhos

A Fundação Cultural de Criciúma lançou, nesta segunda-feira, o projeto do Natal dos Sonhos. O ato de lançamento teve mais luxo e pompa que a programação em si, que é simpática no bojo, mas franciscana na execução.

O farto coquetel servido na apresentação serviu de pano de fundo para um programa que inicia em 25 de novembro, e se estende até 23 de dezembro. O esforço de incentivar a população a iluminar casas e prédios vai ser o ponto base para o colorido das luzes na cidade. Mas aí há um detalhe inquietante, lembrado pelo próprio presidente Júlio Lopes no ato. "Sei que a energia está cara, e temos que economizar. Mas peço que as pessoas compensem, economizando em um lugar para energizar nas fachadas e sacadas", sugeriu o presidente.

A Casa do Papai Noel será instalada na praça Nereu Ramos, onde haverá atrações diárias. No Parque das Nações, o trem fará passeios especiais, com a temática natalina. "E nós não vamos investir, não temos recursos. E esse projeto é aberto, sujeito a alterações e sugestões", comentou Lopes, bastante confiante. O Natal dos Sonhos traz o claro objetivo de movimentar o comércio, logo requer envolvimento da CDL, e tem a digital da suplente de vereadora Fátima Guimarães (PP), atual diretora de Turismo do município e mestre de cerimônias do ato de lançamento desta segunda-feira.

Colaboração: Karol Carvalho

Vamos trabalhar que é melhor?!

Me permiti, com o indispensável aval da Rádio Eldorado, uma semana de descanso. Ao sair, o Criciúma estava à espera dos R$ 46 milhões encantados, a obra da Via Rápida ainda trancada, o Anel Viário idem, e o novo contrato com o Hospital São José não havia sido assinado.

Retornei ao batente no Manhã Eldorado nesta segunda-feira. A Via Rápida segue parada. O Anel Viário, idem. Os R$ 46 milhões envoltos na expectativa de uma parcela de R$ 15 milhões que pode brilhar no caixa, a conta gotas, ainda hoje. E o Hospital São José, nada ainda.

Claro que uma semana, no nada dinâmico mundo da gestão pública, significa uma gota no oceano de tempo que se desperdiça com idas, vindas, burocracias, reuniões, seminários, audiências e afins. Enquanto a política não lutar pela nova geração, mas sim pela próxima eleição, viveremos rotinas de prioridades invertidas como estas. E tenho dito.