terça-feira, 2 de junho de 2015

Guincharam o carro do prefeito. Que maré, hein Márcio?!

Márcio Búrigo é um homem de sucesso. Isso é inegável. Fez fortuna - vai dizer que não, se perguntado, mas fez sim -, trabalhando, e bastante, no seu laboratório, um dos maiores do Estado. Bioquímico de formação, sempre viveu relativamente próximo da política, sem nunca enfiar os pés nela, mas à sombra do exemplo do irmão, Guido.

Convencido pela palavra hábil e poderosa de Clésio Salvaro, que o viu como o par ideal para vencer desconfianças em 2008, ofereceu a tradição do seu sobrenome para a chapa que, vitoriosa, consagrou o "Márcio Búrigo e eu" de um governo elétrico, na marcha do titular.

Veio o revés jurídico de Clésio e ele não titubeou em apostar em Márcio, feito prefeito na sua segunda experiência nas urnas, a primeira como cabeça de uma chapa. Começou o mandato no primeiro dia de abril de 2013, há dois anos. O Paço já era rondado por suspeitas de monstruosas dificuldades para uma gestão realizadora. Estava posto que seria necessário pagar contas, rearranjar a casa, e isso trouxe uma esteira de desgastes políticos.

E o 2015 não poderia estar sendo mais tumultuado e pior para Márcio Búrigo. A perda do mandato no início do ano, por 40 dias, criou o que seus assessores próximos chamam de "vácuo". Na volta, o fantasma permanente de Clésio, o antigo aliado que virou desafeto. Antes disso, o desgaste de ter apoiado um candidato que não era o do seu partido - Raimundo Colombo -, em troca de R$ 46 milhões para viabilizar o seu governo, com as obras que não seriam possíveis somente com os escassos recursos próprios. Os R$ 46 milhões jamais vieram como se esperava. Chegam, a custa de muita viagem a Florianópolis, R$ 21 milhões, ainda a serem recebidos e aplicados.

Se não bastasse o desgaste político de um governo difícil, Márcio vive uma semana de inferno astral. Viu as chamas consumirem a Prefeitura, e agora se deparou com seu carro sendo guinchado defronte à Assembleia Legislativa, em Florianópolis. Não que isso seja um problema de governo. Não é. Ele confiou no boa praça Wagner Espíndola que, inadvertidamente, estacionou em uma faixa amarela. Enquanto Márcio mantinha uma das inúmeras reuniões do dia, o carro era guinchado, com razão, pela Guarda Municipal de Florianópolis. Lei de trânsito existe para todos. Carros oficiais não estão à margem. Agora é fato que o prefeito não ordenou que estacionassem seu carro em local proibido de propósito, ou por entender que está acima da lei. Foi uma literal barbeiragem. Mas uma barbeiragem que, por mais simples que possa parecer do ponto de vista de um governo tão complicado como o atual de Criciúma, pode trazer alguns ônus políticos. O que significará para uma oposição que promete ser encarniçada em 2016 possuir as fotos do carro do prefeito guinchado na Capital? Não bastassem as cinzas da Prefeitura, agora uma reluzente multa e o inquietante transporte de um carro oficial em um guincho passam a tirar o sono de Márcio Búrigo. Uma reza brava na benzedeira cairia bem... mal não faria.

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