quarta-feira, 17 de junho de 2015

Isev e Hospital: o fogo recém está começando!

Para quem pensou que as explicações da diretora do Isev, Lúcya Mainieri, em monocórdica e monossilábica entrevista coletiva nesta terça-feira, iriam arrefecer as denúncias contra a gestão do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, muito pelo contrário. Os denunciantes vieram com tudo nesta quarta, depois de formalizar junto ao Ministério Público do Trabalho, ainda ontem, aquilo que já havia sido levantado na véspera e que motivou as respostas da instituição.

Em entrevista à Rádio Eldorado, nesta manhã, o advogado dos médicos do Hospital Santa Catarina, Samuel Remor, reforçou as denúncias e incrementou com algumas minúcias no mínimo curiosas envolvendo a "vida pregressa" do badalado Isev.

"O Isev tem 300 títulos protestados e 800 mil reais em dívidas", salientou Remor, questionando qual a envergadura de uma instituição neste estado para administrar o principal hospital infantil do sul do Estado. "Algumas dessas dívidas já estão contraídas em Criciúma, mesmo com o pouco tempo de atuação deles por aqui", frisou.

O advogado revelou, ainda, que a licitação lançada recentemente para contratar o gestor por dez anos - e deu Isev -, claramente favoreceu a instituição vencedora. "A licitação foi direcionada para organizações sociais, excluindo do processo a Unesc e o Hospital São José, por exemplo", argumentou Remor. Ele contou, ainda, que a Prefeitura não exigiu, no contrato firmado, uma caução em garantia. "Hoje, se o Isev der calote, não há garantia contratual. Legalmente, deveriam ter depositado ao menos 5% do contrato como garantia", emendou.

Para Remor, o município segue omisso na fiscalização da atuação do Isev no hospital. Para ele, e os médicos por ele representados, a gestão era melhor nos tempos do Hospital São José, mesmo com menos recursos repassados pela Prefeitura. Ele indagou, ainda, as condições da UTI, cujas instalações não foram abertas à imprensa na visita de ontem. "Nossas denúncias são embasadas em memorandos internos do próprio hospital, isso desqualifica as explicações dadas pela diretora ontem", observou. Remor citou que na UTI há respiradores quebrados, outros improvisados com esparadrapos unindo os pedaços, respiradores vencidos desde outubro, além da falta de comida e medicamentos, que foram negadas pela direção do Isev.

Em resposta, o secretário Paulo Conti rebateu tudo, realçou a legitimidade do contrato firmado com o Isev, negou irregularidades na licitação, frisou que houve convite para o Hospital São José continuar gerindo o Santa Catarina, e que muitas das denúncias levantadas pelo advogado não passam de "acusações levianas". "Ele foi infeliz", concluiu Conti.

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