segunda-feira, 6 de abril de 2015

A culpa é do Antenor. Overdose mata!

O Tigre fez uma aposta para a temporada. Disputar um Campeonato Catarinense com os jovens, para revelar talentos e avançar na contramão do futebol de hoje, em que só se gasta, só se contrata, só se joga a sorte com gente que vem, aluga seu futebol por breves tempos e bate em retirada. Teoricamente, uma aposta ousada e necessária.

Porém, a execução contou com um erro fatal, básico e trágico: a dose excessiva. Em qualquer tratamento, overdose mata. A dose acima da medida não é a solução, mas sim o caminho do fracasso para um projeto desta monta. Aliás, foi tão banalizado o conceito de projeto que hoje esta palavra vira até razão de chacota no estádio Heriberto Hülse. Culpa do Criciúma.

E mais culpa ainda, da sua direção, por apostar demais em uma juventude que, além de não estar pronta, nem formada, não dispõe da qualidade apontada por muitos. São jovens esforçados, alguns de razoável condição, mas longe de serem a solução dos problemas de um time com as exigências que pairam sobre o Criciúma. Se o Tigre fosse um Red Bull, um Audax da vida - como alguns pensam ser -, não haveria problemas. Não haveria o efeito torcedor na arquibancada, este fenômeno que tão bem faz, mas que irrita alguns cuja noção de bola não vai além do epicentro do seu umbigo.

Agora a cabeçada está dada. A gurizada do Tigre - recuso-me a chama-los de meninos -, são homens e como tais devem arcar com suas responsabilidades. Esta super proteção ensina-os muito mal mais uma importante lição: a da humildade, que, aliás, parece continuar bem longe das bandas do Majestoso. O Criciúma não aprendeu com o rebaixamento vexatório no Brasileirão. Apenas inverteu o lado da moeda. Em vez de torrar dinheiro de pá, como feito no fracassado 2014, agora colocou raras moedas no conta gotas, em uma inversão de valores tão repentina quanto mal pensada. Isto foi um projeto? Negativo. Isto foi um baratilho que sacrificou uma geração inteira do Criciúma. Um erro brutal do presidente Antenor e da sua diretoria. E para consertar esse estrago? Só o tempo. Enquanto isso, um time precisa ser montado, sob pena de o Criciúma ficar sem vaga na Série B em 2016.

Um comentário:

  1. E pior Denis. Estão perdendo a nós torcedores. E com um descaso enorme, uma falta de zelo e de comprometimento de toda diretoria.

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