segunda-feira, 6 de abril de 2015

Em Criciúma, tem que marcar hora para morrer...!

Faleceu ontem, aos 99 anos, a senhora Maria Milanese Meller. De família tradicional, tratava-se da mais antiga descendente ainda viva de Antônio Milanese, um dos pioneiros de Criciúma. Por pouco a burocracia não criou um transtorno sem explicação para a família de dona Maria.

Acontece que ela faleceu em sua residência, na Santa Luzia, em Criciúma, por volta das 21 horas. Por volta das 21h40min, o funcionário do Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que deve ser acionado em casos como este, de morte natural em casa, o atendente, chamado Fernando, informou que estava encaminhando os serviços de uma funerária, para recolher o corpo, mas que a liberação só seria possível na manhã de hoje, segunda-feira.

Esta agonia desnecessária só foi evitada porque a família fez uso de um médico amigo para declarar o óbito e, então, permitir a liberação imediata do corpo para os devidos preparos pela funerária. Eis que vem à tona, mais uma vez, a precariedade dos serviços deste SVO, que não realiza atendimentos depois das 10 da noite. Trata-se de um abuso, de uma falta gravíssima, que deveria ser apurada a fundo pelas autoridades da saúde. Ou a pessoa morre bem antes das dez da noite, ou é preciso uma madrugada de espera para a burocracia da verificação de um óbito que já aconteceu? Oras, não deveria haver um plantão disponível para isto? Naturalmente que sim. Não nos faltava mais nada nesta capenga saúde pública, temos que marcar hora para morrer para contar com alguma decência no atendimento. Triste realidade.

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