segunda-feira, 13 de abril de 2015

Itamar desafia Clésio: "Ele que era tão esperto..."

Foram exatos 18 minutos e 12 segundos na tribuna da Câmara, na noite desta segunda-feira, consumidos pelo líder do governo, vereador Itamar da Silva (PROS), para uma contundente cobrança ao ex-prefeito Clésio Salvaro (PSDB), determinando o azedar de vez das relações entre os dois. Itamar, que foi o prefeito do mandato-tampão entre Clésio e Márcio Búrigo (PP), nos primeiros três meses de 2013, resolveu bater de vez na tecla do contrato firmado com a Casan no final de 2012.

O vai e vem


Itamar fez um detalhado histórico dos acontecimentos, lembrando que em 21 de novembro, em 2012, chegou à Câmara o projeto para renovação do convênio entre a Prefeitura e a Casan. E que cinco dias depois, a assessoria jurídica deu parecer pela ilegalidade, defendendo que novo convênio não é competência dos vereadores a aprovação, mas sim do Executivo pela execução. Devolvido o projeto. O mesmo, sem quaisquer ressalvas ou correções, retornou à Câmara em 10 de dezembro. "Daí a Câmara aprovou sem discussão, sem parecer, já que o prefeito estava ignorando uma decisão da Câmara", alfinetou Itamar.

A perda

O vereador, então, lembrou que o novo convênio, aprovado por insistência do então prefeito Clésio e formalizado no final de 2012, excluía do contrato anterior, celebrado em 2007 no governo Anderlei Antonelli (então no PMDB), duas cláusulas que previam repasses de 6,5% da arrecadação da Casan em Criciúma para a Prefeitura, e outros 2% para a Famcri. "A Prefeitura está deixando de arrecadar R$ 600 mil mensais desde o começo de 2013, e a Famcri outros R$ 200 mil. Até agora, deixou de entrar no cofre do município a soma de R$ 14 milhões, e ao final deste contrato muito mal feito, serão R$ 200 milhões", destacou o vereador Itamar.

A herança

"Essa é a herança que o ex-prefeito está dizendo que não sabia. Ele que era tão esperto, brigava com a imprensa, era dono do município, com apoio popular, agora ele tem que justificar o que houve", lascou Itamar, quando começou efetivamente as cobranças a Clésio desde a tribuna.

"É muito estranho. Para quem se dizia o administrador mais esperto, renovar convênio e ignorar o repasse de R$ 800 mil por mês? Esse contrato jamais passou pela Câmara", frisou o vereador.

A proposta

Itamar da Silva propôs, e pediu apoio aos demais vereadores, que o requerimento que ele lavrará tenha a assinatura de todos pedindo uma audiência com o presidente da Casan, Valter Gallina, com a presença do prefeito Márcio Búrigo, para tentar mudar este contrato. "A Casan sabe que o convênio com Criciúma é importante. Se Criciúma suspender a parceria, a Casan vai ficar com dificuldades", salientou o vereador, que visa a suspensão do atual contrato e a elaboração de um novo convênio, com a retomada da obrigatoriedade dos repasses da Casan para o município.

A última farpa


Houve um aparte do vereador Toninho da Imbralit (PMDB), que era o presidente da Câmara quando da aprovação do tal convênio. "O (vereador) Itamar lembra bem, na época os projetos vinham goela abaixo, quando votamos esse, estávamos discutindo o CriciumaPrev, que deu no que deu. Era assim que eles conduziam", disse Toninho, em franca crítica à condução do então governo Clésio com o Legislativo.

E Itamar, para concluir, tascou: "Nesse período de seis mandatos que estou na Câmara, eu considero esse o maior rombo que a Prefeitura já teve. Louco rasga dinheiro? Nós rasgamos quase R$ 14 milhões já. Passamos um papel de ignorância".

Ouça a edição da manifestação do vereador Itamar da Silva clicando aqui. Completa repercussão do caso nesta terça-feira, a partir das 7 horas, no Manhã Eldorado.

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