sábado, 21 de junho de 2014

Qual Zé o Tigre trouxe?

Certa vez, lá pelos idos da campanha de acesso do Criciúma à Série A em 2012, escrevi que jogador não é mais movido por paixão às cores que veste. Jogador de futebol é embalado pelo profissionalismo que ele mesmo tem não somente para corresponder ao clube que o paga e à torcida que o prestigia, mas também pela inteligência que, enquanto agente autônomo, tem pelo seu futuro e carreira.

Aí reside minha dúvida em relação a Zé Carlos. Voltando com o ego tão inflado assim, ele terá a mesma obstinação de antes, quando veio para dar um rumo à sua carreira que vinha de mal a pior antes do Tigre aparecer no seu caminho? Saberá ele discernir o que o profissional Zé Carlos tem de dívida com o Criciúma, do Zé pintado com ênfase pelo presidente Antenor Angeloni em entrevista, o Zé festeiro e atraído pelas belezas que na cidade circulam e vivem? Qual Zé o Criciúma contratou?

Seja qual for, esta nova relação já começou com uma falha: o mimo de trazer o jogador em voo fretado. Fui saber depois que este voo fretado foi resultado de uma aposta de um empresário que disse certo dia, a alguém de alto escalão no Tigre, que se o Criciúma contratasse o Zé, ele colocaria seu avião para traze-lo de onde ele estivesse. Prometeu, cumpriu.

Não se trata de discutir uma carona em um avião particular, mas sim o simbolismo que cerca isto. Zé Carlos corresponde a este mecenas que merece carona desde a própria porta? Isso não confere um ar de tal forma místico e absolutamente desnecessário? Que Zé chegasse como qualquer outro chega, com expectativas e deveres, muitos deveres, para corresponder ao altíssimo investimento que está se fazendo nele.

Tecnicamente, é um reforço. Lembremos que o Zé ídolo do Criciúma foi o Zé da Série B, que vazou defesas boas, mas não tão boas quanto as da Série A. Eram outros tempos. Terá hoje o Zé as parcerias que teve em 2012 para ser colocado na cara do gol? Tenho a esperança que sim, embora ainda pense que falta chegar o meia para ser o parceiro que o Paulo Baier precisa. O Zé Carlos não é o fim, mas o meio da montagem de um time do Criciúma capaz de ficar na Série A. Faltam reforços, uns três ou quatro, com o necessário enxugamento na outra ponta para que o Tigre não peque pela quantidade em detrimento da qualidade. O esforço da diretoria foi válido, mas só será completo se houver, além do esforço técnico de prover o time de mais reforços, o ponto de equilíbrio para comandar a efervescência de egos que certamente se verificará no Majestoso.

A resposta à pergunta inicial da postagem? Saberemos em dezembro. Até lá, o Zé Carlos tem um semestre para provar que pode ser o salvador da pátria que a diretoria espera. Na foto, uma visita que recebe do Zé do Gol em um Revista Eldorado, no dia 19 de julho de 2012. Na foto anterior, eu e o Antenor Angeloni em 29 de maio de 2012.

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