quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Segurança, dever do Estado. Ou é economia mesmo?



Entre os argumentos para a defesa do projeto de extinção da Guarda Municipal em Criciúma, que será encaminhado à Câmara pelo Executivo, está a atribuição legal. Argumenta o prefeito Clésio Salvaro que segurança é dever do Estado, e não do município. Compreensível, mas nem tanto. Afinal, essa atribuição legal não foi levada em conta quando, com o mesmo prefeito, há poucos anos, instituiu-se a GM? Foi Clésio que anunciou com pompa e circunstância, não faz tantos anos, que teríamos uma Guarda Municipal atuante, ocupando-se de oferecer sim segurança, salvaguardando o patrimônio público. E agora? Está evidente que o outro argumento é o que mais pesa: o financeiro. Chegaram à conclusão que, se for para seguir com a Guarda, é necessário opera-la como a lei manda, e neste caso seria necessário amplia-la a um custo de R$ 800 mil, e nessa pobreza dos cofres públicos... está claro que agora a Constituição (dever do Estado), virou causa para a economia...

Procura-se líder

Este bombástico projeto de mudança do status da Guarda Municipal - os guardas são concursados, não podem ser exonerados mesmo com a extinção do órgão -, exigirá de Clésio Salvaro a nomeação, mais do que imediata, de um líder na Câmara. Um bom articulador. Um conhecedor profundo da Casa, com trânsito pleno. A bola da vez é uma só: Itamar da Silva (PROS).


Os caminhos

Clésio parece muito tranquilo a respeito da liderança. Não tem tratado o assunto com a prioridade que merece. Na bancada do PSDB, há um "ciúme contido" por não recair sobre um tucano a escolha. E mais uma vez isso. Clésio já teve Tati Teixeira (PSD) e o próprio Itamar como líderes. A bancada tucana hoje tem Moacir Dajori, Edson Aurélio e Dailto Feuser.


Ferida aberta

Líder do PSDB, Moacir Dajori se limita a dizer que "não teve qualquer reunião, e vamos aguardar a orientação do partido". Dajori é de uma parte bastante reduzida do PSDB que anda um pouco distante do prefeito Clésio. Acontece que, por compromissos anteriores, o vereador percorreu caminhos diferentes aos de Clésio na última eleição para deputado, e isso os distanciou. E não foi pouco.

Muita dificuldade 

Alguns vereadores conversaram nesta quinta-feira sobre a definição do líder por Clésio Salvaro. E ponderaram que, por suas posições, o prefeito terá dificuldades de moldar um líder ao seu estilo. Como defender uma reforma administrativa de um governo que antes tinha pleno, e até maior respaldo na Câmara? Fora Itamar, e sua independência, Camila do Nascimento e Salésio Lima (PSD) estão cotados.

Voto contra I


O vereador Ricardo Strauss (PP), já abriu voto contra a extinção da Guarda Municipal. Por razões naturais. Já foi superintendente e sempre defende o armamento e a atuação ostensiva dos guardas, a exemplo do que acontece em outros municípios. “R$ 800 mil na Guarda Municipal não é gasto, é investimento”, define. E vai além: se o prefeito governa sob liminar, não pode tomar decisões como esta.

Voto contra II


O vereador Itamar da Silva (PROS) salienta que é preciso estudar mais e melhor o projeto, mas que a princípio vota contra extinguir a GM. “A polícia que temos não é suficiente para dar conta de tudo. Por causa disso, a Guarda Municipal não deve ser extinta”. Esse assunto deverá estar em reunião com os vereadores que o prefeito marcou para segunda, às 14 horas, no Paço.

Voto contra III


Vice-presidente da Câmara, o vereador Júlio Colombo (PP) também pondera que é necessário ter o projeto em mãos para firmar posição. “Somente transformar guardas em agentes é um argumento incipiente”, diz o progressista. Inclinação atual do vereador é pelo voto contra o fim da GM. “Voto sim pela manutenção e reaparelhamento. Mas a aguardar o que dirá o projeto do prefeito”.

Merenda para vereadores


O prefeito Clésio Salvaro convidou os 17 vereadores para almoçar na Central de Merenda na próxima segunda-feira, 12 horas. Não é certo, ainda, que todos estarão lá. “Quem tem que aprovar a merenda são as crianças, e não nós adultos e vereadores”, definiu o vereador Júlio Colombo. Ele lembrou que a Central vinha sendo desmontada por Márcio Búrigo “por custos e logística”.

Clésio e Câmara


Logo após comer merenda, os vereadores reúnem-se com Clésio Salvaro na Prefeitura, às 14 horas de segunda. A pauta não foi aberta, porém houve vereador insistindo para saber o que seria tratado. Soube, pela assessoria do prefeito, que “relação com o Executivo e alguns projetos”. Sobre projetos, entenda-se a extinção da GM, reforma e outros tais.

Vem, Complexo!


Que o Complexo de Educação vai voltar ao poder da Prefeitura, pelo interesse de Clésio Salvaro, isso é questão de pouco tempo. É a impressão que fica das informações colhidas nos bastidores. O interesse não é negado pelo prefeito. Vereadores que estudaram a questão comentam que o procedimento é relativamente fácil. Basta uma boa conversa entre Clésio e o reitor Gildo Volpato.

Disputa forte


Não está fraca a disputa nos bastidores da Câmara pelas presidências das comissões. Vanderlei Zilli (PMDB) e Dr. Mello (PT) querem presidir a Comissão de Saúde. Tita Beloli (PMDB), tenta manter a presidência da Comissão de Obras, mas terá trabalho pela frente para conseguir. Itamar da Silva (PROS) e Júlio Colombo (PP) disputam a Comissão de Constituição e Justiça. Definições na segunda.

Auditoria, já


Nesta sexta faz uma semana que o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, veio a Criciúma tratar do Hospital São José. O que mais tem avançado são as conversas sobre auditoria das contas, daquilo que efetivamente é devido por Estado e município. A nova pergunta que está no ar é: quem reconheceu a dívida do município? Há quem diga que faltam documentos para provar os valores...

Nova sede


O vice e o presidente da Câmara conversaram hoje sobre a nova sede do Legislativo. A construção vai emperrando na falta de vontade política do prefeito Clésio, que já bateu, em entrevista à Rádio Eldorado, na tecla das prioridades. Conforme Júlio Colombo, a estratégia proposta a Ricardo Fabris (PDT) é clara: “ou vamos à sociedade dizer que o prefeito não quer, ou o prefeito explica sobre as prioridades”.

PMDB reunido


A Executiva municipal do PMDB reúne-se nesta sexta-feira, em almoço, para discutir algumas pautas. A primeira delas é a confirmação da transferência da presidência do partido do deputado Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, para o vereador Tita Beloli. Outra é a deliberação em torno do voto em conjunto dos quatro vereadores em pautas diversas. E uma posição será fechada em torno do projeto de extinção da GM.

Um comentário:

  1. “Temos que ter efetivamente a segurança pública na cidade. A guarda Também tem função de agente de trânsito e pode fiscalizar o trânsito como já está fazendo. Temos 78 guardas municipais. As polícias tem que trabalhar em conjunto. É preciso unir forças para oferecer melhor segurança”. Giovanni Zapelinni, presidente da ASTC. - See more at: http://gcmsbo.blogspot.com.br/2013/10/audiencia-publica-em-criciuma-discutiu.html#sthash.3ZjzkTfZ.dpuf

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