Entre os argumentos para a defesa do projeto de
extinção da Guarda Municipal em Criciúma, que será encaminhado à Câmara pelo
Executivo, está a atribuição legal. Argumenta o prefeito Clésio Salvaro que
segurança é dever do Estado, e não do município. Compreensível, mas nem tanto.
Afinal, essa atribuição legal não foi levada em conta quando, com o mesmo
prefeito, há poucos anos, instituiu-se a GM? Foi Clésio que anunciou com pompa
e circunstância, não faz tantos anos, que teríamos uma Guarda Municipal atuante,
ocupando-se de oferecer sim segurança, salvaguardando o patrimônio público. E
agora? Está evidente que o outro argumento é o que mais pesa: o financeiro.
Chegaram à conclusão que, se for para seguir com a Guarda, é necessário
opera-la como a lei manda, e neste caso seria necessário amplia-la a um custo
de R$ 800 mil, e nessa pobreza dos cofres públicos... está claro que agora a
Constituição (dever do Estado), virou causa para a economia...
Procura-se líder
Este bombástico projeto de mudança do status da
Guarda Municipal - os guardas são concursados, não podem ser exonerados mesmo
com a extinção do órgão -, exigirá de Clésio Salvaro a nomeação, mais do que
imediata, de um líder na Câmara. Um bom articulador. Um conhecedor profundo da
Casa, com trânsito pleno. A bola da vez é uma só: Itamar da Silva (PROS).
Os caminhos
Clésio parece muito tranquilo a respeito da
liderança. Não tem tratado o assunto com a prioridade que merece. Na bancada do
PSDB, há um "ciúme contido" por não recair sobre um tucano a escolha.
E mais uma vez isso. Clésio já teve Tati Teixeira (PSD) e o próprio Itamar como
líderes. A bancada tucana hoje tem Moacir Dajori, Edson Aurélio e Dailto
Feuser.
Ferida aberta
Líder do PSDB, Moacir Dajori se limita a dizer
que "não teve qualquer reunião, e vamos aguardar a orientação do
partido". Dajori é de uma parte bastante reduzida do PSDB que anda um
pouco distante do prefeito Clésio. Acontece que, por compromissos anteriores, o
vereador percorreu caminhos diferentes aos de Clésio na última eleição para
deputado, e isso os distanciou. E não foi pouco.
Muita dificuldade
Alguns vereadores conversaram nesta quinta-feira
sobre a definição do líder por Clésio Salvaro. E ponderaram que, por suas
posições, o prefeito terá dificuldades de moldar um líder ao seu estilo. Como
defender uma reforma administrativa de um governo que antes tinha pleno, e até
maior respaldo na Câmara? Fora Itamar, e sua independência, Camila do
Nascimento e Salésio Lima (PSD) estão cotados.
Voto contra I
O vereador Ricardo Strauss (PP), já abriu voto
contra a extinção da Guarda Municipal. Por razões naturais. Já foi superintendente
e sempre defende o armamento e a atuação ostensiva dos guardas, a exemplo do
que acontece em outros municípios. “R$ 800 mil na Guarda Municipal não é gasto,
é investimento”, define. E vai além: se o prefeito governa sob liminar, não
pode tomar decisões como esta.
Voto contra II
O vereador Itamar da Silva (PROS) salienta que é
preciso estudar mais e melhor o projeto, mas que a princípio vota contra
extinguir a GM. “A polícia que temos não é suficiente para dar conta de tudo.
Por causa disso, a Guarda Municipal não deve ser extinta”. Esse assunto deverá
estar em reunião com os vereadores que o prefeito marcou para segunda, às 14
horas, no Paço.
Voto contra III
Vice-presidente da Câmara, o vereador Júlio
Colombo (PP) também pondera que é necessário ter o projeto em mãos para firmar
posição. “Somente transformar guardas em agentes é um argumento incipiente”,
diz o progressista. Inclinação atual do vereador é pelo voto contra o fim da
GM. “Voto sim pela manutenção e reaparelhamento. Mas a aguardar o que dirá o
projeto do prefeito”.
Merenda para vereadores
O prefeito Clésio Salvaro convidou os 17
vereadores para almoçar na Central de Merenda na próxima segunda-feira, 12
horas. Não é certo, ainda, que todos estarão lá. “Quem tem que aprovar a
merenda são as crianças, e não nós adultos e vereadores”, definiu o vereador
Júlio Colombo. Ele lembrou que a Central vinha sendo desmontada por Márcio
Búrigo “por custos e logística”.
Clésio e Câmara
Logo após comer merenda, os vereadores reúnem-se
com Clésio Salvaro na Prefeitura, às 14 horas de segunda. A pauta não foi
aberta, porém houve vereador insistindo para saber o que seria tratado. Soube,
pela assessoria do prefeito, que “relação com o Executivo e alguns projetos”.
Sobre projetos, entenda-se a extinção da GM, reforma e outros tais.
Vem, Complexo!
Que o Complexo de Educação vai voltar ao poder da
Prefeitura, pelo interesse de Clésio Salvaro, isso é questão de pouco tempo. É
a impressão que fica das informações colhidas nos bastidores. O interesse não é
negado pelo prefeito. Vereadores que estudaram a questão comentam que o
procedimento é relativamente fácil. Basta uma boa conversa entre Clésio e o
reitor Gildo Volpato.
Disputa forte
Não está fraca a disputa nos bastidores da Câmara
pelas presidências das comissões. Vanderlei Zilli (PMDB) e Dr. Mello (PT)
querem presidir a Comissão de Saúde. Tita Beloli (PMDB), tenta manter a
presidência da Comissão de Obras, mas terá trabalho pela frente para conseguir.
Itamar da Silva (PROS) e Júlio Colombo (PP) disputam a Comissão de Constituição
e Justiça. Definições na segunda.
Auditoria, já
Nesta sexta faz uma semana que o secretário de
Estado da Saúde, João Paulo Kleinubing, veio a Criciúma tratar do Hospital São
José. O que mais tem avançado são as conversas sobre auditoria das contas,
daquilo que efetivamente é devido por Estado e município. A nova pergunta que
está no ar é: quem reconheceu a dívida do município? Há quem diga que faltam
documentos para provar os valores...
Nova sede
O vice e o presidente da Câmara conversaram hoje
sobre a nova sede do Legislativo. A construção vai emperrando na falta de
vontade política do prefeito Clésio, que já bateu, em entrevista à Rádio
Eldorado, na tecla das prioridades. Conforme Júlio Colombo, a estratégia proposta
a Ricardo Fabris (PDT) é clara: “ou vamos à sociedade dizer que o prefeito não
quer, ou o prefeito explica sobre as prioridades”.
PMDB reunido
A Executiva municipal do PMDB reúne-se nesta
sexta-feira, em almoço, para discutir algumas pautas. A primeira delas é a
confirmação da transferência da presidência do partido do deputado Luiz
Fernando Cardoso, o Vampiro, para o vereador Tita Beloli. Outra é a deliberação
em torno do voto em conjunto dos quatro vereadores em pautas diversas. E uma
posição será fechada em torno do projeto de extinção da GM.
“Temos que ter efetivamente a segurança pública na cidade. A guarda Também tem função de agente de trânsito e pode fiscalizar o trânsito como já está fazendo. Temos 78 guardas municipais. As polícias tem que trabalhar em conjunto. É preciso unir forças para oferecer melhor segurança”. Giovanni Zapelinni, presidente da ASTC. - See more at: http://gcmsbo.blogspot.com.br/2013/10/audiencia-publica-em-criciuma-discutiu.html#sthash.3ZjzkTfZ.dpuf
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