Será no meio de um fogo cruzado que a vereadora Camila do Nascimento (PSD), ainda em primeiro mandato, enfrentará a missão de liderar o governo Clésio Salvaro (PSDB) na Câmara. Reunião entre tucanos e pessedistas na noite deste domingo, na casa do prefeito, fechou questão. Os vereadores do PSDB - Moacir Dajori, Edson Aurélio e Dailto Feuser -, não se importaram nem um pouco. Deram carta branca a Clésio. Os três sabiam não preencher o perfil, e de mais a mais, conhecem certamente o tamanho da bronca. Pelo PSD, Tati já liderou Clésio, o ambiente era menos tenso que agora e ela já enfrentou muito tiroteio na época. Há quem diga que ela até queria voltar a ser líder, mas nome não vingou. Salésio Lima parecia um candidato natural. Faltou o fôlego que sobrou a Camila, e este fôlego tem um nome: Edson do Nascimento. O ex-vereador Edinho, pai de Camila, aliado de Clésio, teve um peso acima da média para bater o martelo da liderança. A filha vai precisar do pai.
Primeira bronca
O tiroteio começará cedo. Camila precisará convencer os vereadores que extinguir a Guarda Municipal é uma boa ideia. Além da resistência natural à matéria - nada contra a segurança, mesmo com teor constitucional a favor, cai bem hoje em dia -, Camila já começa sua liderança com minoria. O domingo desenhou que Clésio tem, a muito custo, 8 votos. Do outro lado, são 9.
União que dividiu
Ao convocar somente PSDB e PSD para a reunião de definição do líder, Clésio já tratou de definir quem está em cada campo na Câmara. Terá oito votos contando o presidente Ricardo Fabris e o dissidente Pastor Jevis, do PDT. PMDB, PT e PP são, cada vez mais, oposição. E o fiel da balança volta a ser Itamar da Silva. Nestas linhas, ele já mandou o recado: "sei fazer oposição".
O peso Itamar
É mais do que conhecida a ligação que o vereador Itamar tem com o deputado Esperidião Amin. E mais do que sabido também o namoro firme entre Clésio e Amin, pensando lá em 2018. Não será surpresa, e talvez Clésio esteja contando com isso, que Amin oriente Itamar a ser governo. Como reagirá o vereador neste caso? Nesse instante, ele é oposição. Até quando? Amin com a palavra.
PP fechado
Não passou pela cabeça de qualquer pensante ligado a esta crise política na qual Criciúma está submersa que o PP pudesse ir à casa de Clésio discutir liderança neste domingo. Mas alguns do PP queriam ir ao Paço nesta segunda, ouvir Clésio sobre projetos, convite feito a todos os vereadores. Mas o PP fechou questão, em reunião neste final de semana, de ausência total nesta conversa.
Nem no almoço
Outro momento em que será possível pesar o nível de relação de Clésio com a Câmara será ao meio dia desta segunda. O prefeito convidou os vereadores para almoçar na Central de Merenda Escolar. Os do PP não vão. Os do PMDB, também estão inclinados a não ir. PT, idem. Talvez só os do governo estejam lá. A guerra de nervos sai dos bastidores para o cotidiano. De vez.
Pisou na bola
Diretora da escola Ludovico Coccolo, no São Luiz, desabafou neste domingo na Rádio Eldorado, e via Facebook, contra a secretária de Educação e o coordenador da Defesa Civil. Disse que há muito custo conseguiu falar com Geovana Zanette, para comunicar que escola estava inundada e cheia de logo. E que Pedro Andrino estava almoçando, e prometeu só ir até a escola na segunda. Pegou mal.
PMDB contra
Vereador Tita Beloli reassumiu, na sexta-feira, a presidência do PMDB de Criciúma. Recebeu o posto do deputado Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, ocupado com as lides da Alesc. Tita lidera a ideia do voto em bloco do PMDB, dos quatro vereadores, em questões polêmicas. Sem divisões. Quanto à Guarda Municipal, indicativo natural é de votos contra o fim. Os quatro.
Em Brasília
Vice-prefeito Márcio Búrigo começa a semana em Brasília. Chega na frente de Clésio, que pretende estar por lá entre terça, depois de passar por Florianópolis, ou quarta. Márcio vai aos advogados, tenta mais de perto conseguir respostas sobre o que muda com a decisão de Celso de Mello, de abrir mão da relatoria dos processos que ameaçam Clésio. E vai manter reuniões políticas. Várias.
Dia da volta
Câmara de Criciúma retoma atividades em plenário nesta segunda. Na primeira sessão do ano, até o bispo Dom Jacinto estará por lá, abençoando o Legislativo, a pedido do presidente Ricardo Fabris (PDT). Clésio Salvaro vai levar a sua mensagem, certamente pedindo apoio para reformas. E quanto à nova sede, empurrará ao máximo com a barriga até a ideia caducar.
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