sexta-feira, 30 de maio de 2014

Como não ser Tigre?

Eu nasci no interior do Rio Grande do Sul. Obviamente, levei alguns anos para ouvir falar em Criciúma e no Criciúma Esporte Clube. Quando eu nasci, em 79, o CEC era um menino de pouco mais de um ano. Eu era bebê de nove dias quando o Criciúma venceu o São Paulo de Rio Grande (um dos três times da minha cidade natal, e clube da minha infância), por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, no HH. Eu não vi, mas o arquivo do Clésio Búrigo conta que o Serrano abriu o placar para o Tigre (a Eldorado contou esse jogo, e provavelmente só ela e a Cultura Riograndina, talvez a Rádio Minuano também). O Toquinho, um camarada super gente boa, exímio batedor de faltas e hoje motorista de táxi em Rio Grande, fez o gol de empate do Sampa. Mas o azul e branco Criciúma ganhou do encarnado e verde gaúcho com gol do Helinho. Na foto, o estádio do Criciúma pouco depois desse jogo, em 1980.

Tudo isso no primeiro tempo que certamente tirou um pouco da voz do Sebastião Farias, tenho para mim que ele narrou esse jogo na Eldorado, o saudoso Tião, marido da Brigite, pai do Marcelo, do Fabrício e da Karina, que gritava "Vibra que é teu...". Tudo isso aconteceu nove dias depois do meu nascimento. E pensar que Rio Grande e Criciúma se entralaçariam na minha vida... Eu - como já explicado em postagens anteriores -, era um sem noção, natural dos de pouca idade. O São Paulo voltaria a jogar no Majestoso em 1981, empate em 2 a 2, e em 82 foi a vez de o Criciúma retribuir a visita, perdendo por 4 a 2 no velho estádio Aldo Dapuzzo, na Linha do Parque.

Foi nesse estádio (foto) - onde o Tigre do técnico Lori Sandri, e os autores dos gols Luiz Freire e Paulinho Criciúma (que viria a ser meu ídolo anos depois, e grande amigo mais anos depois, olha a vida aprontando...) perdeu -, nesse estádio onde eu conheci o futebol gaúcho no meu aniversário de 1994, assistindo um eletrizante São Paulo x Dínamo de Santa Rosa, história para outra hora...

Mas preciso responder à pergunta inaugural desta postagem: como não ser Tigre? Como não me deixar envolver por um time que esteve presente em fases tão distintas e basilares da minha vida? O Criciúma encarou pela primeira vez nos meus nove dias de vida o time da minha infância, o clube que meu pai e avô ajudaram a construir arquibancadas, o velho São Paulo de Rio Grande de 1908. Depois, na minha fase joinvillense, o Criciúma foi a sensação do final dos anos 80, e eu, morando em Joinville, torci loucamente pelo Tigre na final da Copa do Brasil de 91, assistindo o jogo lá no Jardim Iririú, com a minha mãe, dona Glaci, e a minha sobrinha recém nascida, a Aline, num dia tremendamente quente no norte catarinense. Devo lembrar que vi o jogo pela RCE, narrado pelo Clésio Búrigo e com reportagens do Zildomar Schlemper (olha o destino de novo, anos e anos depois eu dividiria, como divido até hoje, microfone com o super gente boa Xila...).

Conto tudo isso sem dizer as mil razões mais que ganhei para vestir essa camisa extraordinária do Criciúma assim que vim para cá, em maio de 2007. Mas aí é história para outro capítulo. Tenho uma coleção de quase uma centena de camisas. Só tenho de dois clubes catarinenses. Do Tigre, são seis diferentes... Esse tal de futebol é uma caixinha de surpresas mesmo...

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