sexta-feira, 30 de maio de 2014

Eu sou monarquista!

Quando o Brasil foi às urnas em abril de 1993 para cumprir um dispositivo constitucional - pago com um século de atraso, é verdade -, para escolher a forma e o sistema de governo, eu era um guri migrando para a adolescência, meio que sem noção, corriqueiro da idade (postagem 1 deste blog reflete a respeito do conceito de "noção" nesta fase...). Eu tinha 13 anos. E eu não sei explicar como me fascinava, de verdade, a ideia de que o Brasil tivesse um rei (não me julguem...). Ou talvez um imperador. Que seja, um monarca!

Volto quatro anos no tempo e recordo a mais sensacional eleição presidencial que este país já viveu. E eu tive o orgulho de acompanhar, assistir horário político e fazer campanha para o Leonel Brizola (não me julguem...). Fiz campanha de duas formas. Na escola onde eu estudava, no Léa Maria Lepper, no bairro Bom Retiro em Joinville, organizaram uma eleição entre os alunos. Os brizolismos lá de casa me contagiaram e pedi votos para o caudilho. Tomamos pau. Alemoada não curtia o estilo cão raivoso do saudoso Leonel, e eu infelizmente nunca tive a chance de dar um voto pra ele diretamente, só por tabela quando ele foi vice do Lula em 98. Enfim, todo mundo erra...

Vamos adiante. Ainda em 89, enquanto o Brizola espumava na TV contra a Globo, o Collor, o Sílvio Santos e até o Lula, meu pai, habilidoso como só, fez uma plaquinha de madeira. Era uma vareta e na ponta tinha um grande círculo de eucatex, era quase um pirulito gigante. No círculo, o seu Guaracy pintou um letreiro pedindo voto para o Brizola. Lá fui eu, com a placa na mão, para a rua principal do bairro Costa e Silva. A alemoada me olhou atravessado. Eu contava nove anos na época. Meses depois, já no segundo turno, fui eu, o pai, e a placa, até a praça Nereu Ramos, em Joinville, cantar "Lula, lá" e assim os brizolistas engoliam o sapo barbudo e, pior, o Collor.

Esta eleição, a de 89, moldou um gosto muito particular pela política. Sempre tive pavor a ladrões e extrema simpatia por governantes que colocassem em prática valorização da educação, do trabalho e da moral. O resto para que uma sociedade tenha progresso, é só consequência. Mas o que isto tem a ver com o rei? Chegaremos lá.

Veio o tal plebiscito e, imberbe mas muito nerd, leitor contumaz de atlas geográficos e livros de história geral - eu tinha uma enciclopédia de 24 volumes, gurizada de hoje nem sabe o que é isso -, comecei a estudar a tal República Presidencialista, República Parlamentarista e Monarquia Parlamentarista, as opções do pleito. Foi paixão à primeira vista. "Brava gente, brasileira..." e outros "hits" mais me fizeram monarquista. Já fervia em mim a ideia de que uma família preparada para comandar o país, arbitrar os conflitos, uma família moral e eticamente preparada, já que "rei não rouba", colocaria o Brasil nos trilhos. Meu principal ato de campanha na ocasião foi confeccionar uma coroa de papel, e com ela tentar convencer meus pais a votar no rei. Não levei. Perdemos. E estamos aí, presidencialistas...

Se houvesse um plebiscito hoje? Eu votaria na monarquia. Sem dúvida. Razões? Voltaremos ao assunto. Ah, eu já tenho meu candidato a presidente da República. E sigo acreditando no Brasil. Mesmo com presidente, embora preferisse o rei... É sério. Não estou brincando.

3 comentários:

  1. Viva Dom Luiz de Orleáns e Bragança!
    De jure, Imperador constitucional do Brasil.

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  2. Estou surpreso um ótimo comunicador ser monarquista parabéns, abaixo a república salve o império

    Att:Deivid campos

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