segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Caminho de Jevis: Marina, ou cristãos

O Pastor Jevis desfiliou-se do PDT. Isso é fato. Ele tem um capital respeitável de votos. E pode ir para o PSC, ou a Rede Sustentabilidade. Entenda as razões lá no último parágrafo. Antes... em 2008, fez 1.612 votos, foi o menos votado dos 12 eleitos, mas o único pedetista. Repetiu a dose em 2012, mas aditivando sua votação. Chegou a 2.618 votos, somou mais mil em quatro anos, foi o quinto mais votado e o segundo do PDT, que fez ainda Ricardo Fabris, na ocasião com 3.124 votos.

Começava aí a odisseia de dois anos que culmina com a saída de Jevis do PDT. Ocorre que desde a vitória do prefeito Márcio Búrigo, na eleição de março de 2013, consumava-se um acordo para dividir em quatro a presidência da Câmara: PSDB (Itamar da Silva, 2013), PSD (Tati Teixeira, 2014), PDT (2015) e PP (2016). Era natural a liderança de Jevis, em segundo mandato.

Ganhou no tempo certo, a indicação do presidente municipal, Gelson Fernandes, e o aval de vários outros do diretório municipal. Veio a eleição. Com ela, o racha do PDT local em duas candidaturas para deputado estadual. Era óbvio que o partido não teria votos suficientes para dois. E um fenômeno curioso ocorreu. Jevis goleou Rodrigo Minotto (9.955 x 5.560), o concorrente dentro do partido, em Criciúma. Mas perdeu fora, e a cadeira foi para o pupilo do ministro Manoel Dias, cacique geral do PDT catarinense.

O coordenador de campanha de Minotto foi Ricardo Fabris. Com esta vitória, ele pavimentou o que vinha
construindo nos bastidores, com bom poder de articulação e, agora, o argumento das urnas e o sorriso acolhedor de Maneca, o líder natural, e Minotto, o líder ascendente. O aval para ser presidente da Câmara era a contrapartida óbvia. E ela veio rápida. Nos dias seguintes à eleição, estava dissolvida a comissão municipal, o presidente estadual assumia o comando do PDT e abortava a antiga indicação por Jevis. Fabris passava a ser o candidato. A partir daí, a reação desencadeada pelo vereador pastor foi a que todos conferimos, sacramentada nesta segunda-feira, dois meses depois da eleição, com a desfiliação.

Pastor Jevis tem três rumos: ou aceita o assédio do ex-prefeito Clésio Salvaro e vai para o PSDB, ser a segunda liderança com voto do partido, depois da deputada Geovânia de Sá; ou acata os frequentes convites e sondagens do PMDB, onde seria a cara nova com todo o respaldo da máquina ao dispor, mesmo que essa máquina não esteja tão pujante quanto já foi em tempos recentes; ou segue na órbita do prefeito Márcio Búrigo, indo para um partido forte do seu leque, como o próprio PP, ou então, o que parece ser o mais provável, topa o desafio de abrir "o seu partido" em Criciúma.

Eis a sugestão da "raposa felpuda" (termo emprestado do consagrado Roberto Alves) que vem

assessorando Jevis: ficar na órbita de Márcio, o próprio prefeito tem dito em alto e bom tom que não quer perder o PDT, mas não quer perder Jevis também. Para tanto, avalizará, assim que o vereador pastor quiser, uma possível ida sua para o PP, ou até o PSD. Mas o conselho que mais mexeu com Jevis, também vindo da "raposa felpuda", foi de fundar, com sua gente, que não é pouca, um partido na cidade. Dois estão na mesa, na mente e nos pensamentos de Jevis: a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, que está em vias de se tornar partido político oficialmente no TSE, e o PSC, Partido Social Cristão, sem representação expressiva hoje na cidade, de fácil controle e de linha de atuação bem ao estilo de Jevis, associando a fé, a palavra, a pregação e o trabalho social. Cravem, não será surpresa se Jevis, em 2015, refundar a bancada do PSC na Câmara (partido já teve o vereador Pedro Cesar Faraco), ou lançar o Rede criciumense.

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