segunda-feira, 11 de maio de 2015

No velório, Colombo aqui, Moreira lá

Luiz Henrique da Silveira partiu. Recebeu todas as homenagens. Está sepultado. Desceu àquela sepultura do Cemitério Municipal de Joinville um verdadeiro emblema da política catarinense. Um estilo praticamente exclusivo por aqui, e de impossível reprodução nos tempos atuais.

Com tudo isso, a pergunta que não quer calar agora é: e o PMDB? Como ficará o partido que Luiz Henrique construiu, capitaneou e deixou agora órfão em Santa Catarina? O destino não é muito animador. LHS partiu no pior momento possível para a legenda. Em crise com o governador Raimundo Colombo, o vice está mais do que afastado do núcleo do poder.

Um episódio, aparentemente sutil, evidenciou o azedume entre Colombo e Moreira. Durante o velório de Luiz Henrique, o articulista político Cláudio Prisco, nosso comentarista na Rádio Eldorado, preparava o cenário para entrevistar o governador e o vice em seu espaço no SBT. Não conseguiu. Colombo não quis falar lado a lado com o vice. Enquanto Moreira falava, o governador manteve-se distante. Ficou um certo mal estar no ar. Sem explicações visíveis, mas com muitos sentimentos invisíveis.

Estes sentimentos pautaram as últimas articulações de Luiz Henrique. Ele conversou por duas horas com Eduardo Moreira, e entremeou com um papo por telefone com Colombo, na noite de sábado, horas antes de falecer. Vínhamos batendo na tecla de que o pós morte do senador poderia apontar para uma prova cabal, mais uma, do incrível poder de articulação de Luiz Henrique, de conseguir reunir Colombo e Moreira, PSD e PMDB, até depois da morte. Mas o primeiro sinal não foi um bom indicativo neste sentido. A aguardar os próximos capítulos.

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