segunda-feira, 23 de março de 2015

A mamãe JBS e o vovô rico, o BNDES

Para justificar sua assinatura como primeiro catarinense a chancelar a criação da CPI Mista do BNDES, o deputado federal Jorge Boeira ofereceu ao ouvinte da Rádio Eldorado, nesta manhã, uma série de números assustadores sobre os "investimentos" que irrigaram campanhas eleitorais nos últimos anos tendo como fonte generosa a riquíssima JBS Alimentos.

Desde a remota e humilde origem da empresa, cujo patriarca vendia meia dúzia de cabeças de gado para tímidas operações, até a avalanche repentina de fortunas desaguadas em campanhas Brasil afora, a meteórica ascensão da marca. Há um vereador em Criciúma, Ricardo Strauss (PP), que diz vira e mexe da tribuna da Câmara que "esse boi da JBS tem muito mais costelas que qualquer outro boi".

E essas costelas nada mais são que as gordas tetas que financiam um esquema pesado. Os números que o deputado Boeira citam confirmam isso. Como pode uma empresa destinar 40% do seu faturamento, como fez em 2014, para campanhas políticas? Não há lógica que explique isso. Deputado Boeira lembrou que a maioria absoluta dos partidos recebeu verba da JBS. "Até eu recebi, R$ 1,3 milhão, enviados pelo meu partido, o PP, que recebeu R$ 36,5 milhões". Os campeões foram PT, PMDB e PSDB, cada um recebeu R$ 60 milhões. Somente para a campanha da presidente Dilma Rousseff, foram R$ 54 milhões. Aécio Neves também recebeu uma bela fortuna.

Na raiz da dúvida é que entra o BNDES, razão principal da CPI em criação. Ocorre que o BNDES tem feito jorrar recursos elevadíssimos para financiamentos destinados à JBS. A CPI quer saber a razão disso. E tenta, ainda, encontrar explicações para investimentos pesados do BNDES na Venezuela, Equador, Angola e Cuba, entre outros mercados menos cotados. Seria pura caridade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário