terça-feira, 24 de março de 2015

Ascensão e queda do PT: o medo venceu a esperança...

Um ex-petista, extasiado e ao mesmo tempo triste ao ler esta nota de O Estado de São Paulo, escreveu o depoimento abaixo e o fez publicar neste singelo blog. Um desabafo de um brasileiro que ouviu o canto da sereia, votou, confiou, pulou do barco quando viu os intrusos chegarem e hoje, para tristeza da sua alma brasileira, vê o adernar do último Titanic político e eleitoral deste Brasil...

Quem diria... o presidente do Senado agora é paladino da ética com o dinheiro público, o arauto da economia do erário. Foi o que ele deixou claro ao manifestar, nesta terça-feira, sua preocupação com o inchaço e o "aparelhamento da máquina pública", palavras dele mesmo, pasmem!

Renan Calheiros, com fina ironia, compatível com sua sabedoria para manipulações e presenças em quaisquer que sejam os governos - havendo governo, estou nele -, declarou que "depois de aplaudir o Mais Médicos, é hora do Menos Ministérios", fazendo alusão que qualquer brasileiro com média visão sabe, que Dilma se viu acorrentada, não a eximindo de culpa, naturalmente, a manter um ministério que vem de Lula, com 39 pastas, muitas inúteis, com um ministério repleto de anônimos, ou coisas piores, para contemplar o rosário exótico de partidos e um empreguismo pelego, no qual a máquina pública é, como sempre, o depositário de derrotados nas urnas e de incompetentes de toda a ordem, salvo raras exceções, que encontram nos ministérios o depósito das suas frustrações eleitoreiras e o cabidaço necessário para se manterem agarrados às tetas governamentais.


Calheiros é deste naipe. Aí está um grave defeito do PT. Aquele velho PT de guerra, que jamais dividiria um palanque com gente do nível de Calheiros, Sarney, Collor e outras bandas podres mais, aquele PT construiu uma trajetória e ganhou uma geração inteira de votos pregando justamente o oposto do que hoje, e não é de hoje, defende. A abertura que Lula fez para chegar ao poder incluiu absorver o que de pior da baixaria política brasileira poderia associar ao PT, que iniciou aí uma autofagia hoje fatal para a sua história. Foi, para muitos da geração acima citada, o último bastião da esperança. 

Você, petista de carteirinha, dilmista de coração, o que respeito, e que agora está vociferando contra essas pobres linhas, me chamando de batedor de panelas da elite, de coxinha, de golpista, de rico contra o pobre, de opressor contra o oprimido, vai um recado: cantei Lula-lá em 1989, comprei estrelinha a 100 cruzeiros para ajudar o partido, entreguei panfleto no sinal, gritei contigo "fora FHC, Alca e FMI em 1994", chorei a terceira derrota em 98 e vibrei com a esperança vencendo o medo em 2002. Mas quando vi os bandalhos subindo a rampa do Planalto com aquele Lula de 2002, logo entendi que era um sonho juvenil aquele do qual participei. Sonho que evaporou, tal qual a primeira namorada que se foi para os braços de outro. E percebi, finalmente, que fui usado, como você foi, meu irmão, para dar o poder a esta gente gananciosa, que planejou tudo isto que agora aí está de podridão e bandalheira. Eles sim, são golpistas! Venderam a esperança de um país honesto, e venderam suas almas para causas pessoais e nojentas de enriquecimento, de uma corrupção que pode até ser igual ou menor a de seus antecessores, mas se fosse 1 centavo levado da Petrobrás, sugado do BNDES, seria dolorido para nós, pois trabalhador não rouba de trabalhador! Nunca! É a dissolução do PT na vala comum dos corruptos, aproveitadores e larápios, e o partido chega ao fundo do poço republicano ao ouvir apelos moralistas do até então amigo e aliado Renan Calheiros. A roupa do rei está tão carcomida que até Renan, ícone de tudo o que há de pior neste país, se dá ao direito de profetizar ética, demagogo, oportunista! É o alto preço que se paga por se misturar mal. Quer me dizer quem és? Me digas, com quem andas.

Assinado, um ex-petista e um sempre brasileiro! Boa noite.

Um comentário:

  1. Denis, as suas colocações são tão verdadeiras que nem parecem ter saído de um ex-petista de carteirinha.A corja está sempre a buscar um lugar ao sol, a qualquer custo, mesmo porque a sua ambição não encontra obstáculo, nem mesmo, na sua honradez, se é que existe.

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