terça-feira, 31 de março de 2015

Chegou a hora do basta aos bandidos: chega!!


Está cada vez mais fácil ser bandido. Está cada vez mais difícil ser honesto, do bem, operário. Houve tempo em que sentar no ônibus para uma longa viagem de volta, do local de trabalho até a residência, já era o relaxamento de fim de jornada. O sujeito sentava no seu banco, olhava para o nada, esvaziava a cabeça, meditava, alguns até dormiam. Hoje, até este direito se foi, um dos poucos do trabalhador de transporte coletivo.

A cena repetiu-se, com ares de dramaticidade, na noite desta terça-feira. O ônibus branco do Expresso Forquilhinha vinha do Verdinho. Driblou os buracos da Jorge Lacerda, ultrapassou a rótula do São Roque e avançou em direção ao Sangão. Ao estacionar na parada de ônibus ali do núcleo central do bairro, perto da igreja, a surpresa: os quatro elementos que aparentemente aguardavam para seguir viagem, na verdade eram bandidos. Um deles armado. Revólver em punho. Outro, com um galão de gasolina. Primeiro, apedrejaram as vidraças, já dando o primeiro tom do terror. Me lembrei novamente dos tempos em que andávamos neste horário dormitando nos ônibus, esperando nossa parada chegar, extravasando sutilmente a difícil rotina.

Feito o ataque com pedras, dada a ordem de abertura da porta dianteira, posto o motorista a correr, com sopapos e ameaças covardes, os demais trabalhadores, cinco, que ali estavam viajando, em segundos já se espalhavam por onde podiam, na estrada. Defronte às casas, cercados por olhares escondidos pelas venezianas de outros trabalhadores que, atônitos, nada poderiam fazer, a não ser acionar uma Polícia Militar que sabe-se lá quando, chegaria.

Os covardes, não satisfeitos em acossar os cidadãos de bem com sua fugaz demonstração de força, derramaram o caro combustível carregado em um galão, para tentar incendiar o ônibus. A ameaça de que seriam apanhados por policiais fez os safados tomarem o caminho da fuga, tais como ratos. Restou um ônibus apedrejado, quase incendiado, e seis pessoas traumatizadas. Um motorista assustado, que certamente não dormirá esta noite pois, a exemplo dos passageiros, viu uma trivial viagem, como centenas que diariamente ocorrem por estas ruas, se transformarem no campo da tristeza de quem produz, e no campo de exibição dos que teimam em tentar tomar conta. E o pior, vão conseguindo. Por estas e outras, está passando a hora de um verdadeiro basta nisso. Estamos, enquanto cidadãos, cansando do discurso demagogo, sem resultado, de autoridades incapazes. Talvez o dia em que os colarinhos brancos do poder estiverem dentro de um ônibus atacado, eles possam entender a extensão deste problema. Enquanto isso, eles teorizam. E nada solucionam, E os bandidos agradecem, deitam e rolam. E o povo, ó...!

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