segunda-feira, 30 de março de 2015

Criciúma pode ter até oito candidatos

Faltam 551 dias para as eleições municipais de 2016. E um clima de verdadeira guerrilha nos bastidores está instalado em Criciúma. Os gestos do final de semana, tanto de Márcio Búrigo (PP), quanto de Clésio Salvaro (PSDB), confirmam isso. Enquanto Márcio mantém prudência pública nas palavras - mas nos bastidores não poupa críticas ao seu antecessor -, Clésio tem sido mais enfático publicamente. Márcio tem aparecido mais nos eventos e nas obras, enquanto Clésio tem mantido suas peregrinações pela cidade. A coincidência da presença de ambos no Café Bergamasco deste domingo, sem qualquer troca de cumprimentos, evidenciou a fratura exposta. Márcio chegou com vereadores do PP. Clésio, com vereadores do PDT e PSD. Isso de forma alguma desenha um quadro definitivo, mas evidencia os namoros que estão em curso.

O quadro

Márcio Búrigo é natural candidato à reeleição. Conta com um vice do PSD. O nome natural hoje é o da vereadora Tati Teixeira. E mais, Márcio estaria esperando do governador Raimundo Colombo a retribuição - já que as verbas estão emperradas -, com o apoio em 2016, com o gesto político que teve em 2014, de contrariar inclusive o seu partido.

E Márcio quer o PDT. Mas no PDT, há quem queira Clésio Salvaro, com o convite já assoviado de uma vaga de vice-prefeito para o vereador Ricardo Fabris. Os personagens não confirmarão publicamente, mas é o desenho que se faz. A grande incógnita está na cabeça de chapa. Se Clésio puder concorrer, a chapa está engatilhada, com Clésio e Fabris. Se não, o empresário Flávio Spillere será convencido pelo ex-prefeito a aceitar a empreitada.

A deputada Geovânia de Sá dificilmente vem concorrer a prefeita pelo PSDB, por dois fatores: quer cumprir o mandato de deputada federal, que vem exercendo bem por sinal, e não está lá muito afinada com Clésio, em um desgaste que começou ainda nas eleições. Há quem diga, inclusive, que Geovânia estaria apenas aguardando a fundação de algum novo partido para saltar do ninho tucano, no que francamente não acredito.

O PMDB ensaia a candidatura do empresário Olvacir Fontana. Se ele, que nem filiado está, não aparecer com dois dígitos nas pesquisas internas até setembro, dificilmente se arriscará. O deputado Luiz Fernando Vampiro Cardoso vem apostando em Fontana, mas estaria disposto, se houver o aval do PMDB estadual - e haverá -, a ir para o sacrifício. Por mais que esteja minguando a cada eleição em Criciúma, o PMDB vai ter candidato.

O PT vai na mesma linha. O empresário e presidente municipal do partido, Fábio Brezola, é candidatíssimo. Já se porta como tal, desde a eleição suplementar de 2013. E o que lhe deu empolgação foi justamente a votação colhida no pleito extra: 10,26%, contra 11,89% do deputado Ronaldo Benedet (PMDB), o segundo colocado. Enfrentará a mesma dificuldade que o PT estadual teve em 2014, encontrar um parceiro para a disputa local. Chance grande de chapa pura.

Entre os demais partidos, o mais próximo de ter um candidato a prefeito é o PSB, que apostará no deputado estadual Cleiton Salvaro, em primeiro mandato, e com intenção de consolidar nome e marcar território. Apostará na terceira via, tentando entrar no meio do racha polarizado por PP e PSDB. Busca atrair o PPS, e emplacar o também deputado estadual em primeiro mandato Ricardo Guidi, o filho e herdeiro político do ex-prefeito Altair Guidi, como candidato a vice-prefeito. Se as tratativas de Márcio Búrigo com o PSD ou o PDT não vingarem para a composição de vice, não é de se descartar uma aproximação dele com o PSB, visando atrair o deputado Salvaro para a sua chapa.

E como as pequenas siglas deverão lançar uns dois ou três candidatos, como tem ocorrido nas últimas eleições, o horário eleitoral gratuito do próximo ano deverá ser povoado por até sete ou oito candidaturas ao Paço. Isto se a reforma política, antes disso tudo, não vier com prorrogação dos atuais mandatos, ou eleição de prefeito para apenas dois anos, visando a coincidência futura dos calendários.

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