segunda-feira, 23 de março de 2015

Punhado de lenha atrasa asfalto na Serra do Faxinal


Certa vez, um bocado de pererecas - treze espécies descobertas - fez paralisar a obra, que até hoje não saiu do papel, de pavimentação da BR-285, na Serra da Rocinha. Pois tem outra rodovia no extremo sul catarinense agora barrada pela burocracia ambiental.

E desta vez o fiasco tem contornos mais dramáticos. Faz dois finais de semana que o ministro Manoel Dias visitou Praia Grande. Conversando por lá, ouviu clamor do povo pela pavimentação da SC-290, que liga o município a Cambará do Sul, no lado gaúcho, via Serra do Faxinal. Pois bem. Dias usou de seu trânsito privilegiado em Brasília para contactar o Ibama. E dele recebeu a notícia, na quarta-feira passada, que em dois dias sairia a licença ambiental desta. E ela foi anunciada como liberada na sexta-feira.

Desconfiado, o deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB), crítico contumaz da burocracia cavalar de Brasília, contactou o Ibama hoje. E soube que a licença ambiental, na verdade, não está concedida coisa alguma para a Serra do Faxinal.

"Me informaram no Ibama que houve um engano, que falta um inventário das árvores que precisarão ser cortadas para o asfaltamento", reclamou Benedet, em entrevista ao Balanço Geral da Eldorado nesta segunda-feira. E foi além. "As árvores que precisam ser removidas equivalem a dois caminhões de lenha, que qualquer olaria de Morro da Fumaça queima em uma noite de trabalho. É uma vergonha suspender uma obra desta dimensão por dois caminhões de lenha", desabafou.

O deputado lembrou que, com a morosidade para a obtenção da licença ambiental - agora pela falta do inventário de 74 metros cúbicos de árvores -, o governo do Estado corre sério risco de perder os R$ 54 milhões garantidos para a pavimentação da Serra do Faxinal. "São recursos do BID. Corre sim risco de perder o dinheiro. A empresa está lá, há seis meses, esperando a liberação". Benedet concluiu informando que, pela sexta vez, está solicitando audiência no Ibama para tratar do tema.

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